No dia 13 de Maio, no âmbito do projeto #ESTUDOEMCASA, parceria entre o Ministério da Educação e a RTP, foram proferidas considerações sobre a denominada “Agricultura Intensiva”, que constituem um completo, porém trágico, manual de deseducação das nossas crianças sobre a produção agrícola.
Para além dos aspetos técnicos e científicos já amplamente desmontados por entidades independentes e setoriais, esta forma de (d)educação sobre a Agricultura tem feito o seu triste caminho nos manuais escolares dos últimos anos, face à passividade das entidades competentes.
Ainda que neste caso do “estudo em casa” o atropelo da Agricultura tenha sido ainda mais flagrante, a indiferença da Tutela foi semelhante, pois mais de uma semana após a emissão dos referidos conteúdos os mesmos continuam disponíveis online.
Apelámos para a retirada imediata deste conteúdo, assim como a colocação de outros baseados em dados técnica e cientificamente válidos. A Agricultura moderna provou, neste período inédito de crise sanitária, que consegue suprir as necessidades alimentares de toda uma população que se viu obrigada a um confinamento nas suas casas. O trabalho dos Agricultores, que nunca parou neste período, merece melhor tratamento pela Escola e pelos seus Educadores.
Senhor Ministro, que fique claro: a Agricultura está obrigada ao cumprimento de regras nacionais e europeias muito exigentes em matéria de utilização de fertilizantes, herbicidas e pesticidas. A utilização de antibióticos é apenas permitida de acordo com prescrição veterinária. A utilização de hormonas de crescimento está proibida na União Europeia.
A FENALAC e FENAPECUÁRIA, enquanto representantes de milhares de produtores de carne e leite e das suas cooperativas, asseguram que estes alimentos cumprem escrupulosamente as regras legais definidas. Todo o leite comercializado em Portugal é analisado à saída da exploração por um laboratório certificado e independente, sendo que a deteção de antibióticos no leite implica a sua eliminação imediata em equipamento aprovado para o efeito.
As próprias associações de defesa do consumidor, de forma totalmente independente, têm recorrentemente testado a segurança alimentar dos produtos lácteos comercializados em Portugal.
Não podemos continuar a assistir passivamente a uma verdadeira doutrinação de uma geração contra a Agricultura moderna. Não podemos permitir que uma minoria distante do meio rural e ideologicamente interessada imponha a sua interpretação enviesada da Agricultura, ao arrepio das mais elementares regras pedagógicas e científicas.