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Dia Internacional da Biodiversidade

Hoje é o dia internacional da Biodiversidade. É a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para consciencializar a humanidade para a necessidade de se conservar e proteger a diversidade de vida no planeta.

Este ano, o tema do dia Internacional da Biodiversidade é: “As nossas soluções estão na natureza”, e os Montados são uma aposta com futuro pelo seu enorme contributo para a sustentabilidade ambiental e económica de Portugal.

Além da variedade da flora, podendo atingir 135 espécies de plantas por 1000 m2, os sistemas agroflorestais do montado são espaços de abrigo e alimento para a fauna, de que o Pombo Torcaz, a Águia Imperial, o Javali e o Veado são apenas alguns exemplos mais emblemáticos. A importância daqueles sistemas é tal que o WWF definiu a floresta mediterrânica como um dos hotspots de biodiversidade em termos mundiais.

Note-se também que a multifuncionalidade é tradicionalmente uma prática cultural enraizada nos sistemas de exploração da terra, onde são criadas condições para a preservação da paisagem e da biodiversidade ao mesmo tempo que se promove a diversidade da economia rural. O sistema agroflorestal do montado engloba todas estas funções e corresponde ao modelo de floresta multifuncional que a Europa e o Mundo pretendem promover na próxima década.

É, pois, essencial que a sociedade tenha presente a importância da rentabilidade dos espaços rurais para a preservação da biodiversidade e regulação do nosso capital natural. Para o efeito, é essencial promover a gestão sustentável desses espaços com apoio à investigação e à valorização das cadeias de valor geradas nos espaços florestais.

Os espaços florestais, à semelhança das zonas agrícolas, em particular nas regiões do interior do país, têm estado sujeitos ao processo de abandono, com todos os riscos dai inerentes, perdas de habitats e de biodiversidade e aumento do risco de incêndio e de outras vulnerabilidades como as pragas e doenças.

O montado, enquanto sistema único de elevado valor natural, demonstra que o círculo virtuoso entre rendimento e conservação é possível. Importa assim, desenvolver medidas de estímulo a estes sistemas de produção agroflorestais que podem ser económica e ambientalmente viáveis e socialmente relevantes, evitando cair na tentação do recurso à restrição e à penalização como forma de proteger a biodiversidade.


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