“Este apoio à produção nacional temos de manter, porque temos de ajudar”

Pingo Doce tem à venda cabazes com produtos essenciais com desconto, numa altura que o preço é preocupação. Cadeia aposta na produção nacional.

O rendimento das famílias está a contrair e no ‘barómetro’ que são os supermercados Pingo Doce a preocupação dos portugueses com o preço dos produtos já se está a evidenciar.

Os consumidores estão a comprar mais produto de marca própria e estão ainda mais atentos às promoções. Resultado? “Continuamos a vender mais volume, mas a vender menos em valor”, Nuno Begonha, do Pingo Doce, em entrevista ao Dinheiro Vivo. Em abril, as vendas da cadeia caíram 16,3%, mas em maio, excluídos os negócios do e de café e bolos, “estamos com níveis estáveis relativamente ao ano anterior.”

Neste contexto, a cadeia avançou esta semana com a criação de cabazes com bens essenciais, onde duas vezes por semana coloca mais de 20 artigos à venda com preços mais baixos. O desconto em cada produto pode variar, mas o consumidor pode obter uma poupança na ordem dos 30%. Pelo menos, foi essa a poupança obtida, em média, com o primeiro cabaz oferecido aos clientes que foram à loja, entre terça-feira e quinta-feira.

A cadeia também tem vindo a reforçar compras junto aos produtores nacionais. Cerca de 80% das compras do Pingo Doce são feitas a fornecedores nacionais. Em abril, fruto da campanha da cadeia junto aos pequenos produtores de carne de cabrito, borrego, queijo e vinhos, entre outras categorias, esse peso foi superior a 80%. Para a semana, a cadeia vai arrancar com uma campanha para vender fruta de caroço nacional.

As famílias portuguesas perderam em média de 944 euros de rendimento com a pandemia, segundo um estudo da Deco. Como se está isso a refletir quando vão às compras no Pingo Doce?

O Pingo Doce é um bom observatório para perceber o que se passa com as famílias portuguesas. O barómetro mais importante é a quota da marca própria que está a crescer muito. Passamos de uma quota de marca própria, dos não perecíveis, de 34% no final de 2019 para 40% nestas últimas semanas. É um aumento brutal do peso da marca própria: o que está a acontecer é o das categorias, em que o cliente passa de marca de fabricante para a marca própria do Pingo Doce. Também denotamos que o cliente está a tentar alterar as suas categorias para produtos de menos valor acrescentado. O que significa que continuamos a vender mais volume, mas menos em valor.

No início da pandemia, em que os consumidores correram aos supermercados, houve uma redução das promoções. Esta situação alterou-se? Um estudo da Kantar indica que o preço é uma preocupação para os consumidores e que se irá manter nos próximos tempos.

Mesmo antes do início do Estado de Emergência, a 16 de março, alteramos a política da companhia, para assegurarmos o fluxo da cadeia de abastecimento.

A primeira linha de atuação foi ao nível dos colaboradores: tivemos de reduzir a nossa operação, colocámos 50% dos nossos trabalhadores em casa, reduzimos horários e o fluxo de abastecimento dos nossos armazéns às lojas. Tudo isso fez com que reduzíssemos algum sortido durante as duas primeiras semanas de atuação, o levou que a uma redução dos nossos folhetos, de 36 para 24 páginas. Não foi porque tivéssemos reduzido a carga promocional ou peso, foi simplesmente porque reduzimos o número de artigos em promoção, fruto da atuação que tivemos de fazer ao nível dos nossos armazéns e de redução de horários.

Estamos a investir – porque sentimos a necessidade e que o cliente nos está a pedir isso – aumentando a nossa carga promocional”

A partir daí, começamos a perceber como isto se estava a desenrolar, começamos a atuar: em vez de termos 50% das pessoas em casa, passámos a ter 2/3 a trabalhar e um terço com rotação em casa; começámos a abrir mais sortido, a abrir ao nível da logística com mais entregas e voltamos novamente a ter todas as promoções que tínhamos.

O Pingo Doce nunca reduziu a carga promocional, mantivemos. Ao principio não fazíamos as ações de fim-de-semana, mas há mais de um mês que estamos a fazer todas as ações, vamos continuar. E não reduzimos o peso das nossas promoções, que andam à volta dos 50 a 52%.

Pode subir ou já estão num patamar em que se torna complicado manter margens de negócio aumentando as promoções?

Eventualmente pode vir a aumentar. A confiança dos portugueses hoje é mais baixa, as pessoas sentem dificuldades, e estão com algum receio do que possa vir a acontecer no futuro, portanto a promoção torna-se cada vez mais relevante.

Razão pela qual, e sentimos que estamos a ir no bom caminho, iniciamos uma campanha nova, duas vezes por semana (de terça-feira a quinta-feira e de sexta a segunda-feira) com, em cada uma das campanhas, mais de 20 produtos essenciais para as famílias portuguesas com preços ainda mais baixos.

Estamos a investir – porque sentimos a necessidade e que o cliente nos está a pedir isso – aumentando a nossa carga promocional para ir ao encontro das necessidades dos clientes.

Qual é a poupança que as famílias obtêm com esse cabaz?

É variado. Estamos a falar de produtos perecíveis e ao nível da marca própria e quer num, quer noutro vivemos muito em ambiente de (preços baixos todos os dias). O preço base já é baixo e em cima desse preço ainda estamos a ir com um desconto de 15%, a 20% a 30%. Depende de artigo para artigo, mas efetivamente estamos a tentar ter preços imbatíveis relativamente aos que tivemos anteriormente. Vão ser os melhores preços que temos atualmente.

São mais de 20 artigos em cada uma das campanhas. Queremos ter sempre fruta, um legume, um artigo do talho, de pão, comida pronta , uma sopa, uma massa, arroz… Um cardápio essencial às famílias portuguesas, com os melhores artigos de venda do Pingo Doce aos melhores preços.

Um cabaz também com marcas de fabricante?

Neste primeiro cabaz temos arroz, óleos ou azeites de marca de fabricante. Depende um bocadinho do posicionamento desses produtos. Têm de ser produtos baratos, porque se for uma marca muito cara não se enquadra neste cabaz. Estamos a tentar democratizar os produtos para a maior parte das famílias portuguesas, mas de todo (o cabaz) está fechado a marcas do Pingo Doce, tem alguma componente de marca própria, mas também terão produtos de marca de fabricante dentro deste enquadramento.

É uma estratégia para continuar. É um movimento que os seus concorrentes irão seguir?

O Pingo Doce está há mais de 40 anos neste negócio e, por norma, tem sido pioneiro em tudo o que faz. Fomos os primeiros a aparecer com esta promoção de apoio à indústria nacional e depois sentimos que muitos outros também vieram com outro tipo de ações.

Este tipo de promoção é diferenciador. Fizemos vários tipos de ações no fim-de-semana, ações do IVA, do 10 em 50 (oferta de 10 euros em compras de 50 euros), ações ao longo do mês ou o que são muito fortes no Pingo Doce.

Esta é uma nova ação que estamos a implementar em função das necessidades que estamos a sentir neste especifico período e estou convencido que, eventualmente, haverá resposta dos nossos concorrentes. O Pingo Doce tem liderado ao nível das promoções e tem tentado dar mais possibilidades e meios aos nossos clientes.

As vendas de abril caíram 16,3% face ao ano passado, uma descida significativa para mais com a Páscoa a acontecer nesse mês…

Esse efeito foi o pior de todos. As medidas que tomamos – redução de horário, número de colaboradores, mexidas no sortido – bem como as impostas pelo Estado de Emergência, nomeadamente a limitação dos quatro clientes por cada 100 metros quadrados, sendo nós a cadeia com mais clientes por m2, foram bastante penalizadoras para o Pingo Doce. Os dois fatores juntos acabaram por ser muito penalizadores para o nosso negócio especialmente no mês de abril.

Temos a certeza absoluta que a decisões que tomamos foram as mais acertadas para proteger as equipas e cadeia de abastecimento, para nós era o fundamental: a segurança dos nossos e dos nossos clientes.

Temos dois negócios importantes, o e a área de café e bolos, que ao fecharmos retiraram muito valor a esta equação do Pingo Doce. Com o evoluir da pandemia, à medida que fomos ajustando a nossa operação, a logística e o sortido, começamos claramente a recuperar o negócio. Estamos em maio com números muito mais aceitáveis e os clientes estão cada vez mais a regressar ao Pingo Doce de forma normal e regular.

Quando diz “números mais aceitáveis em maio” significa exatamente o quê?

Se excluir a parte do e café e bolos estamos com níveis estáveis relativamente ao ano anterior.

Restauração que, entretanto, reabriu. Os clientes estão a regressar aos restaurantes do Pingo Doce ou o receio ainda os está a afastar?

As pessoas estão a regressar. Sentimos todos os dias o aumento da penetração dessas categorias para números muito mais aceitáveis, mas ainda assim muito longe da realidade do Pingo Doce, sobretudo enquanto houver muito teletrabalho.

Esse mercado vive muito das pessoas que trabalhavam em escritórios perto do Pingo Doce, a partir do momento em que existe ainda muita carga do teletrabalho, esses clientes não estão ainda a ir às nossas lojas

A Ministra da Agricultura apelou que os retalhistas ajudassem a escoar artigos dos pequenos produtores, afetados pelo fecho do HORECA, durante a Páscoa, como carne de cabrito, borrego, queijos… Têm realizado campanhas nessas áreas, que outras estão a olhar para reforçar compras na produção nacional?

Fruto dessas solicitações, quer da experiência que temos tido ao longo dos 40 anos do Pingo Doce em que já passamos por muitos momentos de crise com os nossos fornecedores, sabíamos que este ia ser um período difícil, pelo confinamento e, acima de tudo por ter fechado o canal HORECA, trouxe muito mais complicações para muitos fornecedores.

Em primeiro lugar, disponibilizámos imediatamente facilidades de crédito aos nossos fornecedores, a mais de mil pequenos e médios fornecedores. Foi muito importante nesta fase tentar antecipar os recebimentos e evitar algum estrangulamento de tesouraria, para além disto temos o acordo com a CAP (existente desde 2012 e que prevê a antecipação para uma média de 10 dias, sem custos financeiros para o produtor, do prazo de pagamento praticado pela Jerónimo Martins, para os associados da Confederação) que mantemos.

Por outro lado, estabelecemos um calendário semanal de apoio à indústria portuguesa, neste caso aos produtores, e que achámos relevante comunicar. Começamos com os ovinos e caprinos, numa altura complicada, a Páscoa, onde a mudança dos hábitos alimentares foi dramática, a falta de haver reuniões familiares e amigos reduziu e não havia o consumo habitual de cabrito e borrego.

Não vai encontrar seguramente nenhum fornecedor a dizer que Pingo Doce andou a solicitar esse tipo de desconto (de 50%) aos nossos fornecedores.”

Nessa altura iniciámos a campanha com o borrego, depois fizemos com os queijos, que correu bastante bem. Era uma área que estava a ser muito penalizada, o queijo regional de ovelha é um produto muito sazonal – tem o momento de consumo da Páscoa e do Natal – e tínhamos de apoiar. O consumo estava negativo, as pessoas não estavam a trabalhar e deixaram de o ter em casa para oferecer aos familiares quando visitam.

Com base na lista do Ministério da Agricultura, contactamos todos os fornecedores para perceber que tipo de ajuda precisavam e conseguimos encontrar em alguns a disponibilidade para aumentar a nossa lista de fornecedores, em mais de 29 novos fornecedores. São pequenas quantidades para o Pingo Doce, mas para cada fornecedor é muito importante, pois representa muito volume.

Para além dessas duas categorias, começamos a trabalhar a vitela e o vitelão, em que contactámos uma série de associações – já trabalhamos com a Associação da Carne Barrosã, com a da Minhota, com a Arouquesa. E passámos disso para os vinhos. O setor dos vinhos eventualmente podem não estar a sentir já, mas vai sentir à frente. Os produtores de vinho têm um canal HORECA muito forte, e este esteve fechado durante muito tempo, se não fizerem o escoamento dos seus vinhos e reservas vão ter problemas depois com a nova campanha a partir de setembro, vão ter os seus armazéns cheios.

Depois fizemos campanha com o bovino Angus, um projeto muito apoiado pela Jerónimo Martins que tem tentado democratizar a raça Angus junto dos clientes; agora estamos a desenvolver os enchidos regionais, passamos para o peixe selvagem e vamos para a semana promover a fruta de caroço.

No que é que essas compras se traduziram em toneladas ou na injeção de capital na economia?

O Pingo Doce compra 80% das compras à produção nacional, mais de 3 mil milhões de euros a fornecedores nacionais.

Durante as semanas do período de emergência (entre a semana 12 e 18, de 16 de março a 27 de abril) comprámos mais de 615 toneladas de borrego, cabrito e cordeiro; em termos de queijo regional de ovelha adquirimos mais 120 toneladas; mais de 1,650 toneladas de vitela e vitelão e, num período um pouco mais alargado (fizemos a campanha dos Vinhos e do Angus um bocadinho mais tarde), vendemos mais de 11,5 milhões de garrafas de vinho, mais de 250 toneladas de bovino angus e 700 toneladas de enchidos regionais.

São números com dimensão que dão corpo a esta ação de investimento que o Pingo Doce tem vindo a fazer para tentar apoiar o mais possível a indústria nacional.

Mas o que representa este esforço em termos de valores financeiros dos tais 3 mil milhões de compras anuais a fornecedores nacionais?

É difícil dar esse número, mas esse peso aumentou significativamente. Temos evoluções e oscilações em termos do peso, ao longo do ano, em que passa para 76%, 79% e por ai fora. Em abril, um mês até difícil em termos de vendas do Pingo Doce, esse peso passou para mais de 80%. Claramente, houve aqui um enfoque grande na indústria nacional. Aumentamos e focamos toda a nossa equipa comercial nesse apoio, em contactar os fornecedores, em perceber quem precisa de ajuda.

Nos nossos folhetos de apoio ao Melhor de Portugal em Sua casa, em que já vamos na sexta versão do folheto semanal, estamos os mais possível a dar informação sobre os produtos e produtores portugueses que temos e o Pingo Doce trabalha. Tentamos fazer essa divulgação, se calhar as pessoas não sabiam que muitas das marcas que existiam eram portuguesas e elas estão refletidas no nosso folheto também.

Imagino que seja uma ação a dar continuidade.

Esta ação vai ter continuidade até à semana 24 (8 a 14 de junho) pelo menos, mas mais importante não muda. O grupo sempre esteve no apoio à indústria nacional, mas cada vez mais. Este apoio à produção nacional temos de manter, porque temos de ajudar.

E os portugueses compraram? Produtos como borrego ou queijos são muito de consumo social, em família…

Houve um investimento grande da Jerónimo Martins e houve um investimento em termos de preço e, de facto, as famílias reagiram e responderam muito bem. Fruto do mercado, da falta dos tais convívios sociais, estavam a escolher outro tipo de produtos e conseguimos alterar completamente a tendência negativa com as ações que fizemos quer ao nível do borrego, quer dos queijos. Ficámos muito surpreendidos com os resultados.

A campanha de carne de borrego oferecia um desconto de 50%. Promoções nesta ordem de grandeza suscitam sempre a dúvida de até que ponto o produtor conseguiu alguma rentabilidade.

Houve aqui um grande investimento do Pingo Doce, mais do que representativo são os testemunhos dos nossos produtores que temos vindo a dar um bocadinho até para desmistificar essa situação. Não vai encontrar seguramente nenhum fornecedor a dizer que Pingo Doce andou a solicitar esse tipo de desconto aos nossos fornecedores.

Quisemos cumprir escrupulosamente o que tínhamos prometido aos nossos fornecedores e houve claramente aqui uma aposta, um pedido do Ministério da Economia no escoamento desses artigos. Foi com base nesse pedido e de percebermos a aflição que alguns fornecedores tinham que o Pingo Doce quis e soube agir nesse sentido.

Temos uma parceria que consideramos bastante positiva com o Mercadão, as coisas correram muito bem”

Com estas medidas adicionaram quantos fornecedores ao vosso lote habitual?

Trabalhamos com muitas associações, mas nos queijos trabalhamos com mais de 20 – alguns dessa lista não conseguiam porque ou não tinham códigos de barras, não estavam disponíveis para trabalhar com a grande distribuição, outros não tinham capacidade de entrega. Na vitela e vitelão não consigo precisar o número de fornecedores, porque temos ajuntamentos e depois um fornecedor grande que congrega todos os pequenos fornecedores e depois vai entregar ao Pingo Doce.

Até à pandemia as vendas do sector alimentar não davam sinal de arrancar, dizia-se que nem era rentável. Trabalham com o Mercadão. Este pico de procura no faz-vos repensar a vossa estratégia para as vendas online?

O mercado em Portugal é muito pequenino. Representa 1 a 2% das vendas em termos de produtos alimentares. Nunca seria uma solução viável, pensarmos que iríamos resolver os nossos problemas de um dia para o outro durante a pandemia com uma solução .

A agilidade que o Mercadão trouxe, rapidamente conseguiu adicionar à sua estrutura 250 colaboradores e aumentar a capacidade de entrega, foi fundamental para o sucesso deste negócio. Tínhamos uma penetração muito baixa no número de entregas. Sou consumidor do , uso o Mercadão, mas tenho a noção clara que o português gosta de ir às compras, continua a gostar de ir ao supermercado, acima de tudo gosta de ir à área dos perecíveis, dos frescos onde o Pingo Doce tem uma escola e tradição muito grande, razão pela qual nunca olhamos para este negócio com olhos de vamos investir à séria.

Mas de facto este novo normal foi alterado, se calhar temos de olhar para isto de outra maneira no futuro, mas não me quero comprometer em absoluto com o que quer que venha a acontecer neste negócio. Temos uma parceria que consideramos bastante positiva com o Mercadão, as coisas correram muito bem, as vendas cresceram mais de 7 vezes durante este período e conseguiram isso com uma grande agilidade da parte deles.

Passada o confinamento, o alimentar vai regressar aos patamares anteriores?

Há um bocadinho de tudo: clientes que gostaram, que eram nossos clientes e continuaram; agora surpreendidos muitos com clientes que não eram nossos clientes, acima de tudo porque o serviço que prestamos no Mercadão correu muito bem, as pessoas tiveram uma boa experiência de compra e que gostaram. Se calhar eram clientes de outros operadores e ao mudarem para o Mercadão acabou por correr bem a sua compra.

Tivemos clientes novos neste período. Se vai continuar não sei, até porque houve um pico enorme de entregas, reduzimos ligeiramente nesta última semana, mas continua com valores elevados e muito acima do ano anterior. Houve uma curva muito ascendente, ligeiramente desceu mas mantém-se lá em cima. Diria que algumas pessoas querem continuar a ter este tipo de serviços.

Dado o evoluir da economia, com os níveis de confiança menos positivos, como acha que globalmente o negócio alimentar, que habitualmente apresenta crescimentos nas receitas, posso evoluir este ano?

Há uma incerteza brutal, estamos a navegar com nevoeiro à nossa frente, nunca aconteceu nada igual em termos de mercado. Todo o mundo, todos os negócios pararem, ninguém pode fazer prognósticos sobre o que vai acontecer. Sentimos que as nossas equipas foram muito ágeis na atuação imediata sobre a pandemia e o que queremos fazer para o futuro, estamos a adequar todos os dias a nossa proposta comercial e forma de atuar ao nível das nossas lojas para darmos o que o cliente precisa todos os dias.

Do ponto de vista do cliente que, por um um momento e única e simplesmente pela redução de horários e de equipas, saiu do Pingo Doce porque a loja estava fechada, mas regressou porque de facto a proposta é muito boa, não só em termos de produtos de marca própria, de marca de indústria, acima de tudo pela parte dos perecíveis que é brutal, e por uma questão de promoção. É fundamental numa altura destas manter a dinâmica promocional que nós temos tido. Por tudo isto, julgo que a nossa oferta está muito blindada relativamente ao futuro.


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