Biotecnologia | Carne do futuro tem DNA português

O investigador português Vítor Espírito Santo está a criar carne in vitro. Mestre em Engenharia Biomédica e coordenador do Departamento de Agricultura Celular da Eat JUST, em Sillicon Valley, nos EUA, dedica-se ao desenvolvimento de carne “cultivada”, a partir de células animais sem necessidade de recorrer ao abate animal e utilizando processos de cultura celular. Em entrevista à plataforma de notícias da Ordem dos Engenheiros do Norte, explica porque razão a Engenharia está na dianteira da alimentação alternativa.  

“Um dos nossos objetivos neste projeto é a alteração dos métodos de produção de carne, substituindo a produção intensificada de animais que apresenta tremendas questões éticas, ambientais e de segurança alimentar (revelando-se também altamente ineficiente) por uma tecnologia que nos permitirá produzir carne de qualidade semelhante utilizando métodos menos agressivos para o ambiente e que não envolvem o abate de milhões de animais por ano.”

“Acima de tudo seria mais uma alternativa de proteína animal numa fase em que várias plantas de abate de animais tiveram que ser encerradas devido ao contágio dos trabalhadores e que levou, por exemplo, à redução de produção de carne de porco para cerca de metade dos números habituais nos Estados Unidos. Quando pensamos também nos motivos que levaram a esta pandemia, nomeadamente a transmissão zoonótica do coronavírus para humanos a partir de um mercado de carne em Wuhan, leva-nos uma vez mais a questionar sobre a segurança alimentar e de como o consumo de carne tradicional, sem os devidos controlos, pode ser prejudicial. A carne cultivada in vitro, como é produzida em fermentadores/reatores estéreis e com práticas de higiene acima da média para garantir que as culturas de células são bem sucedidas, conduzem a um produto final com características mais limpas e seguras.”

Publicamos um excerto, mas pode ler a entrevista integral aqui.


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