Hoje é o Dia Mundial da Segurança Alimentar. Uma data importante por um motivo muito simples: Todos os anos, cerca de 600 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doenças de origem alimentar e 3 milhões morrem devido a doenças contraídas através de água ou comida contaminadas. Esse índice de mortalidade é assustador e atinge todas as regiões do mundo, embora os piores impactos ocorram em regiões como a África Subsaariana e o sul da Ásia, onde há menos acesso à refrigeração e a outras tecnologias modernas de conservação de alimentos. Embora se tenham conseguido grandes melhorias em algumas regiões, desde a década de 1980, o alcance e a urgência do problema persistem.
Os perigos no abastecimento de alimentos podem ocorrer em qualquer fase do processo, do prado ao prato. Muitos deles estão relacionados com a preparação dos alimentos, pelo que os cozinheiros devem tomar todas as precauções possíveis para manter a cozinha limpa e segura. Menos conhecido é o que pode ser feito para garantir a segurança alimentar no início do processo, começando nas propriedades agrícolas onde os alimentos são produzidos. Um abastecimento seguro de alimentos com boas práticas agrícolas, que incluem a proteção das culturas contra a contaminação por microorganismos patogénicos e possíveis toxinas.
Os agrónomos desempenham um papel vital
Nas últimas décadas, graças ao sucesso da investigação e desenvolvimento em Agronomia, uma ampla variedade de produtos de proteção das culturas proporcionou aos agricultores um conjunto de ferramentas cuidadosamente adaptadas para a produção de culturas seguras e saudáveis. Por exemplo, o Fusarium é um fungo comum que pode produzir micotoxinas mortais no trigo, milho e cevada. Fungicidas de amplo espectro recentemente desenvolvidos estão a ser usados para prevenir a disseminação do fungo nestas culturas. Estas ferramentas têm um papel ativo na proteção da saúde dos consumidores e evitam o desperdício associado à destruição dos grãos contaminados.
No passado, os pesticidas, herbicidas e fungicidas foram algumas vezes vistos como ameaças à segurança da água e dos alimentos. Mas a inovação nos produtos de proteção das culturas percorreu um longo caminho desde que Rachel Carson denunciou o risco que eles representavam, no seu livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa) lançado em 1962. Os atuais produtos de proteção das culturas são desenvolvidos levando em consideração a saúde humana e o meio ambiente. Ao longo dos últimos 60 anos, tornaram-se mais específicos e eficientes… e são aplicados em muito menor quantidade. Desde a década de 1950, o setor agrícola conseguiu uma notável redução de 95% na taxa média de aplicação de substâncias ativas por hectare. Paralelamente, várias inovações fizeram com que a produtividade das culturas agrícolas mais do que triplicasse. Estas medidas para tornar a alimentação de todos mais segura foram reforçadas com o Codex Alimentarius, o sistema aberto e transparente de normas internacionais, estabelecido em 1963, para proteger a saúde do consumidor e promover o comércio justo de alimentos.
Um profundo respeito pela saúde e o meio ambiente
Na verdade, atualmente vários produtos de proteção das culturas são obtidos de fontes naturais ou resistiram de forma tão cabal ao teste do tempo que são considerados práticas tradicionais. Isso significa que são normalmente utilizados nas explorações agrícolas especializadas em modo de produção biológico. Biológicos ou não, os agricultores a nível mundial dependem de várias substâncias ativas para tornar as suas explorações mais produtivas e as suas culturas mais seguras para o consumidor.
Aqueles que trabalham no campo da Agronomia sabem bem que estes avanços nem sempre são bem aceites por pessoas que desejariam banir os inseticidas e os fungicidas do sistema global alimentar. De certo modo, concordo com essas pessoas. Mas testemunhei em primeira mão a destruição causada pelas pragas e o impacto que a perda de culturas representa para os agricultores e as suas famílias. A devastação infligida por gafanhotos este ano em África e na Ásia é apenas um exemplo.
Responder ao desafio das alterações climáticas
A necessidade de produtos eficazes para proteção das culturas aumentou continuamente à medida que a subida da temperatura global expandiu o alcance de muitas pragas e doenças. No último Verão, na Holanda, um agricultor relatou-me que viu um inseto que nunca tinha visto antes nos seus campos. A nossa equipa investigou e descobriu que esta praga era muito conhecida no Brasil… e que agora começa a ser um problema nos climas nórdicos, devido aos Invernos mais quentes. Um dos nossos objetivos como indústria é fornecer aos agricultores as melhores e mais seguras ferramentas para controlar ameaças como esta.
Quando olhados do ponto de vista macro, os avanços em Agronomia são claramente uma importante parte da solução para o problema das alteraçõs climáticas. Os novos produtos de proteção das culturas respondem diretamente a este desafio, permitindo aos agricultores produzir mais alimentos por unidade de terra do que nunca antes na história da agricultura. Isto é fundamental para travar a expansão da atividade humana em regiões como a floresta amazónica, um recurso natural precioso e imprescindível para responder a um desafio coletivo maior – o sequestro de carbono e a preservação da biodiversidade – e não como campo para produção agrícola.
Garantir a segurança dos alimentos que consumimos é um dos muitos objetivos sociais e ambientais para o qual nós na Syngenta – e nas nossas futuras empresas irmãs ADAMA e Sinochem Agriculture – estamos a trabalhar para alcançar. Tenho muito orgulho nos nossos colaboradores por criarem soluções de proteção das culturas que ajudam a alimentar a humanidade de forma segura, sem perder de vista a proteção do meio ambiente. Houve progressos, mas todos deveríamos dedicar um momento neste Dia Mundial da Segurança Alimentar para reforçar a nossa determinação. Mesmo diante de uma pandemia global e uma miríade de outros desafios, devemos continuar a avançar nos nossos esforços para proteger as pessoas e o planeta.
Erik Fyrwald
https://www.syngenta.com/grow-it-safe-sound-agricultural-practices-ensure-safe-and-sustainable-food-supply