Indústria fitofarmacêutica investe 14 mil milhões de euros em inovação e desenvolvimento
A Associação da Indústria Fitofarmacêutica Europeia (European Crop Protection Association – ECPA) acaba de anunciar um conjunto de compromissos primordiais e ambiciosos para apoiar o novo Pacto Ambiental da Europa. Entre as medidas principais, está um investimento de mais 14 mil milhões de euros em novas tecnologias e produtos mais sustentáveis até 2030. Estratégia que conta com o apoio da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA) enquanto membro da ECPA e representante do sector em Portugal, que reforça uma vez mais a sua estratégia de actuação e o papel da inovação como parte da solução.
Inovação e Investimento, Economia Circular e Proteção das Pessoas e do Ambiente (*) constituem os três eixos centrais destes compromissos, que passam por investir 10 mil milhões de euros em inovação em tecnologias de precisão e 4 mil milhões de euros em inovação em biopesticidas; aumentar a taxa de retoma dos resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos para 75%; e formar os agricultores na implementação da proteção integrada, proteção da água e importância dos equipamentos de proteção individual.
Três eixos que a ANIPLA não só apoia como abraça como seus, se considerarmos que a formação, a aposta na inovação e a preocupação com a recolha de embalagens usadas são parte do seu ADN, têm guiado a sua estratégia de atuação e continuam a registar substanciais taxas de crescimento ano após ano. Note-se que em Portugal, nos últimos 5 anos, a indústria investiu 1 milhão de euros em formação e sensibilização do setor produtivo, sensibilizando cerca de 66 mil agricultores e técnicos para a importância da adoção da proteção integrada e para o uso de práticas agrícolas que promovem a Biodiversidade; e que o Sistema Valorfito®, em Portugal, atingiu já a retoma de mais de 50% das embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos, representando um investimento de 2,1 milhões de euros no tratamento destes resíduos desde a sua criação.
“A suportar o compromisso da indústria a nível europeu, também Portugal integra o investimento anunciado pela ECPA, em particular nos eixos da Economia Circular e Proteção das Pessoas e do Ambiente”, afirma António Lopes Dias, Diretor Executivo da ANIPLA.
Além do investimento apresentado, e como resposta às estratégias pro Biodiversidade e Do Prado ao Prato apresentadas pela Comissão Europeia, a indústria planeia ainda aumentar a recolha de resíduos e os níveis de formação entre os agricultores da Europa.
Nas palavras de Géraldine Kutas, Diretora Geral da ECPA “com o ambicioso Pacto Ambiental Europeu, a Comissão Europeia disparou a arma de partida da corrida da UE para um futuro mais sustentável e climaticamente neutro e, por isso, estamos empenhados em contribuir e alinhar as iniciativas do Pacto Ambiental com aquele que é o nosso propósito voluntário e missão, em prol de um bem maior”
Razão pela qual, em Portugal, António Lopes Dias, acrescenta: “mais do que nunca, a ANIPLA reitera os compromissos aqui definidos pela Indústria a nível europeu e com os quais se sente profundamente alinhada. Os objetivos apresentados são o espelho perfeito do trabalho que ano após ano temos vindo a implementar em Portugal: formação, educação, sensibilização e inovação como parte da solução. Congratulamo-nos com o investimento anunciado, uma vez que sendo a Anipla associada da ECPA a agricultura nacional será contemplada neste envelope dos 14 mil milhões. É fundamental que a Europa crie condições regulamentares que permitam à indústria apostar num trabalho de inovação e formação constante, garantindo aos produtores europeus as ferramentas que necessitam para proteger as suas culturas sem comprometer o ambiente e a segurança alimentar”.
(*) Os seis compromissos assumidos pela Indústria orientarão o sector para a próxima década em áreas-chave das tecnologias inovadoras agrícolas, da economia circular e de uma melhor proteção das pessoas e do ambiente:
- Inovação e Investimento: Apoiando a inovação e a implementação de ferramentas digitais e de precisão, bem como biopesticidas, vamos ao encontro da ambição da Comissão Europeia de uma recuperação digital e verde. Até 2030 estaremos a investir 10 mil milhões de euros em inovação em tecnologias de precisão e digitais e 4 mil milhões de euros em inovação em biopesticidas. Todo o investimento a que a indústria se compromete só é útil se existir um quadro regulamentar adequado, que permita que a inovação chegue aos agricultores europeus.
- Economia Circular: Ao aumentar a taxa de retoma dos resíduos de embalagens de plástico de produtos fitofarmacêuticos para 75% e estabelecer um sistema de retoma nos restantes Estados-Membros da UE até 2025, vamos contribuir para o objetivo da UE de uma economia circular que vise minimizar os resíduos e recursos utilizados, diminuindo o impacto ambiental das embalagens de plástico. Em Portugal, o Sistema Valorfito®, sistema que gere os resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, biocidas e sementes, atingiu já a retoma de mais de 50% das embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos.
- Proteção das Pessoas e do Ambiente: Ao formar os agricultores na implementação da proteção integrada, proteção da água, importância dos equipamentos de proteção individual (EPI), a nossa indústria deseja minimizar ainda mais a exposição e reduzir os riscos de utilização dos produtos fitofarmacêuticos, contribuindo ao mesmo tempo para os objetivos globais da Diretiva de Utilização Sustentável dos Pesticidas e das estratégias da UE “Do Prado ao Prato” com o objetivo de produzir alimentos suficientes de forma sustentável.