Um estudo da Universidade de Radboud, na Holanda, mostra que as falsas crenças sobre os alimentos geneticamente modificados podem ser destruídas com informações de consenso científico e que esta abordagem é mais eficaz para derrubar mitos e medos infundados do que simplesmente comunicar conteúdo científico complexo.
“Algumas pessoas têm crenças que se opõem a evidências científicas avassaladoras. Essas percepções equivocadas, definidas como crenças factuais que são falsas ou que contradizem as melhores evidências disponíveis no domínio público podem ser prejudiciais à saúde e até mesmo prejudicar a capacidade da sociedade de enfrentar os principais desafios. Um dos maiores desafios do nosso tempo são as mudanças climáticas, para as quais as políticas e ações públicas dependem da crença de que as mudanças climáticas são causadas pela ação humana. Da mesma forma, as crenças sobre a vacinação influenciam a decisão de ser vacinado, que é a abordagem mais promissora para erradicar doenças como a poliomielite, a difteria e o sarampo. No domínio da tecnologia de alimentos, a oposição à engenharia genética de alimentos significa que podemos perder o apoio a uma das tecnologias mais promissoras para reduzir a desnutrição que afeta cerca de 690 milhões de pessoas no mundo”, afirmam os investigadores da Universidade de Radboud.
Envolvendo 1.500 participantes dos Estados Unidos com uma percepção inicial de que os alimentos geneticamente modificados são piores para a saúde do que os alimentos não geneticamente modificados, os investigadores pretendiam testar uma estratégia de comunicação que fosse capaz de corrigir percepções equivocadas sobre questões sociais importantes. Ou seja, queriam saber se ajudar as pessoas a identificar o consenso científico poderia levá-las a uma melhor compreensão científica e, deste modo, alterar as suas crenças.
Os cientistas encontraram fortes evidências de que a aproximação da ciência ao consumidor corrige interpretações erradas e crenças falsas. Concluiram que a comunicação do consenso científico, aliada a campanhas de comunicação científica direcionadas para a promoção da compreensão e identificação do consenso científico, é um ponto de partida eficaz para combater a desinformação.
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