Paulo Pimenta de Castro Público

O paradoxo da Estratégia Europeia para as Florestas – Paulo Pimenta Castro

Para que lado pende a Comissão? Os ecossistemas são para preservar e restaurar ou para destruir pelo recurso a cortes rasos de arvoredo?

No passado mês de Junho a Comissão Europeia aprovou a Estratégia da União Europeia para as Florestas, bem como a revisão da Directiva das Energias Renováveis (RED II).

No âmbito da Estratégia, o comissário do Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, mencionou que “as florestas são uma grande parte da solução para muitos dos desafios que enfrentamos no combate às crises do clima e da biodiversidade. São também fundamentais para cumprir as metas climáticas da União Europeia para 2030. Mas o actual estado de conservação das florestas não é favorável na União Europeia. Temos de aumentar a utilização de práticas favoráveis à biodiversidade e garantir a saúde e a resiliência dos ecossistemas florestais”.

No caso de Portugal a preocupação com a perda de biodiversidade assume especial preocupação, quando um relatório da OCDE regista o país com a segunda maior perda percentual de áreas naturais e seminaturais ocorrida na União Europeia desde 1992.

A Estratégia apresentada em Junho pela Comissão tem sido objecto de críticas de vários lados. Sobre as críticas provenientes dos sectores silvo-industriais faremos uma análise noutra ocasião. O que de momento importa realçar é o paradoxo existente entre as principais preocupações manifestadas pela Comissão Europeia no âmbito da Estratégia para as florestas e a revisão da Directiva das Energia Renováveis que, ao permitir o uso em grande escala de biomassa florestal para a produção de […]


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