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Como é que a escassez vai influenciar a nossa vida?

Alimentos mais caros no futuro próximo será a consequência das perturbações na cadeia de abastecimento

A pandemia, os fenómenos naturais cada vez mais graves e as greves prolongadas de trabalhadores levaram a que muitas matérias-primas se encontrem à beira da escassez, o que pode conduzir a um aumento do preço de alguns alimentos nos próximos meses. À conversa com o Expresso, o presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Jorge Tomás Henriques, afirmou que “não temos sinal de que vá haver nenhuma rutura no abastecimento e estamos confiantes no que estamos a dizer, mas não conhecemos a direção que pode haver relativamente a preços”. Acrescenta ainda que esta crise de escassez de matérias-primas “vai continuar e irá prolongar-se ao longo do ano de 2022”.

Trigo, milho e soja são os principais produtos. Segundo os dados fornecido pela FIPA, desde o ano passado o trigo já aumentou mais de 40%. O milho, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, apresentou um aumento de 20% e a soja, no mesmo espaço de tempo, aumentou 48%. Mas que implicações têm na nossa vida?

A crise de escassez de matérias-primas vai continuar e irá prolongar-se ao longo do ano de 2022

Greves afetam soja

O trigo mole é a matéria-prima base das farinhas. Na nossa alimentação, a farinha é utilizada em diversos alimentos, como pão, bolos, tortas, empadas ou biscoitos. O trigo também é utilizado para produzir massas e algumas substâncias são retiradas para alimentos de animais, como bovinos e aves domésticas.

No que toca ao milho, está na base do fabrico de vários produtos, como óleos, bolachas, massas, pão, bolos, caldos, saladas. Pode também ser consumido cru ou enlatado. E é muito utilizado para rações de animais. Na Argentina, os trabalhadores da soja fizeram uma greve prolongada, o que diminuiu gravemente a produção. A soja pode ser utilizada em diversos produtos, como molhos, leite, tofu, queijo de soja, sobremesa de soja, grãos de soja, iogurte de soja, brotos de soja e óleo de soja. Tal como o milho e o trigo, é bastante utilizada nas rações de animais.

As operações logísticas aumentaram bastante, em consequência de uma maior procura no consumo, o que levou à subida do custo dos transportes, tanto no mercado nacional como internacional. O presidente da FIPA admitiu ao Expresso que ocorreu um “aumento recente do preço de contentores de transporte. […] Um contentor que custava cerca de €1200, hoje custa cerca de €7 mil”.

Resta aos consumidores esperar e estar atentos às mudanças de preços, em especial destas matérias-primas. Ainda assim, questionado pelo Expresso, o grupo Sonae MC afirmou que “até agora não sentimos constrangimentos ou atrasos de maior no fornecimento de produtos e o mercado altamente concorrencial no retalho também não permite grandes flutuações de preços ao consumidor”.

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Continue a ler este artigo na edição Expresso de 23 de outubro.


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