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Boletim Ano Vitícola 2021 – Balanço Final do Ano Vitícola

No seguimento do Workshop “Balanço Final do Ano Vitícola 2021”, promovido pela ADVID, é agora disponibilizado, o respectivo Boletim. Informamos, ainda, que o mesmo será actualizado no inicio do próximo mês de Novembro, com os dados meteorológicos completos do mês de Outubro.

O Ano Vitícola de 2020/2021 caracterizou-se por algumas oscilações nos valores de temperatura e precipitação anual relativamente ao valor histórico, considerando-se um ano normal e seco.

A ausência de precipitação ao longo do mês de Março, em toda a Região, potenciou a reduzida ocorrência de infecções de míldio, comprometendo desde logo a sua evolução e intensidade desde o início do ciclo vegetativo. As temperaturas amenas registadas no período de Primavera/Verão, criaram boas condições para o desenvolvimento do oídio que, embora de forma reduzida, se manteve activo até ao início do Pintor, obrigando em algumas situações a uma estratégia de protecção curativa até ao final do ciclo. Destaca-se a presença de podridão (cinzenta, acética e negra), à vindima, potenciada pela precipitação ocorrida no mês de Setembro.

A traça-da-uva apresentou uma reduzida nocividade na 1ª e 2ª gerações, registando-se pontualmente ataques mais significativos à vindima nas 3ª/4ª gerações. No que respeita à cigarrinha verde, não foram registados grande número de ninfas, existindo pontualmente alguma parcelas onde se verificaram sintomas da presença da praga.

Apesar dos meses de Março e Maio muito secos, o Inverno relativamente chuvoso e a precipitação ocorrida nos meses de Abril e Junho possibilitaram que a água não se apresentasse como um factor limitante ao normal desenvolvimento da videira até uma fase bastante avançada do ciclo (Défice Ligeiro a moderado ao Pintor). Em meados de Agosto foi verificado o valor mais negativo de Ψbase (-0,83 MPa; Défice Forte no limiar do Severo), tornando-se claro o impacto da ausência de precipitação durante os meses de Julho e Agosto. Com as chuvas de Setembro (56 mm até à Vindima) verificou-se uma recuperação dos valores de Ψbase, situando-se à vindima nos -0,06MPa (Ausência de Défice Hídrico). A ADVID acompanha a evolução do Ψbase nesta parcela (Soutelo do Douro) desde 2002, sendo este um ano claramente menos seco em comparação a, por exemplo, 2005, 2015 e 2017, onde se verificaram Défices Severos, com valores mínimos de Ψbase entre os -1.25 MPa e os -1,40 MPa. Para as restantes parcelas de referência, com menor histórico, mas onde a ADVID promove o mesmo trabalho, a tendência verificada foi similar.

De acordo com os dados recolhidos, o ciclo vegetativo nas três sub-regiões apresentou um avanço ligeiro a moderado, em comparação à média dos últimos 7 anos (2014-2020), tendo um comportamento semelhante a 2020. As vindimas este ano ocorreram muito próximas da média 2014-2020, com início no final de Agosto e término a final de Setembro.

Tendo em conta as condições ocorridas até 12 de Julho (data de realização do Balanço Intercalar), foi considerado que a previsão de colheita dever-se-ia situar próxima das 235.000 pipas, limite inferior previsto pelo modelo pólen. Essa tendência verificou-se à vindima, podendo ser ligeiramente superior, devido à precipitação ocorrida no mês de Setembro.

Em suma, podemos concluir que 2021 é um ano de produtividade ligeiramente superior à média dos últimos 10 anos (a média de 2011 a 2020 é de 230.000 pipas), com vindima longa, fresca e chuvosa (essencialmente a partir da 2ª quinzena de Setembro). Os mostos são de boa qualidade, mais frescos, ligeiramente menos alcoólicos, potenciando características dos vinhos a consumir jovens.

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