Se as bermas da EN 236-1, em Pedrógão Grande, estivessem limpas no dia dos incêndios de 17 de junho de 2017, ter-se-ia evitado a morte de seis a oito pessoas.
A convicção foi expressa esta terça-feira por Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, no Tribunal de Leiria.
Xavier Viegas referiu-se às árvores que caíram na “estrada da morte” e que impediram as pessoas de sair do local. Algumas delas morreram queimadas no interior das viaturas e outras no exterior. “Mal as pessoas saíam dos carros, as roupas e os cabelos começaram a arder. Não havia condições de sobrevivência.”
Apesar de reconhecer que “não é viável fazer uma gestão completa de todas as estradas”, o especialista em incêndios sublinhou que “o estado em que estava a 236 não era aceitável, porque não oferecia condições de segurança“. O mesmo se passava no IC8.
Além de existir vegetação arbórea “muito próxima da faixa de rodagem”, o investigador disse que havia pinheiros junto aos rails e vegetação nos taludes, que formava um “arco” a ligar os dois lados da estrada. “Uma vez em chamas, criava um teto”, explicou. A falta de limpeza causou a morte a cerca de 30 pessoas na 236-1, no espaço de 400 metros.
Dois incêndios em simultâneo
A existência de vegetação junto às […]