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Alterações climáticas colocam planta única de Portugal Continental em perigo

Estudo desenvolvido por vários investigadores portugueses prevê uma diminuição importante, ou mesmo o desaparecimento, do habitat adequado para a subespécie sulcatus da esteva (Cistus ladanifer) nas próximas décadas, devido às alterações climáticas.

O artigo “The role of littoral cliffs in the niche delimitation on a micro endemic plant facing climate change” publicado pela revista científica internacional PLOS ONE, alerta para o perigo que as alterações climáticas trazem para a subespécie sulcatus da planta conhecida como esteva (Cistus ladanifer).

O modelo de nicho ecológico produzido para esta planta confirmou ainda a sua estrita dependência das arribas costeiras da costa sudoeste de Portugal Continental.

O único local em que existe vai de Vila Nova de Milfontes até Burgau, no município de Vila do Bispo, a uma distância máxima de cinco quilómetros do mar, o que justifica a sua proteção a nível europeu segundo os Anexos II e IV da Diretiva Habitats da Rede Natura 2000. A persistência desta subespécie no futuro poderá, assim, estar em causa.

As alterações climáticas irão modificar radicalmente as condições do habitat desta planta, embora existam desafios adicionais. A pressão humana, nomeadamente através do turismo e da intensificação da agricultura que se tem verificado nos últimos anos sobretudo na região de Odemira, poderá favorecer a perda de habitat que, a médio e longo prazo, se traduzirá num aumento da probabilidade de extinção desta linhagem única.” diz Miguel Ferreira, primeiro autor do estudo.

A equipa responsável pelo trabalho foi constituída pela Professora Maria Margarida Ribeiro do Centro de Estudos Florestais (CEF) do Instituto Superior de Agronomia (ISA), docente no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), pelo Professor Paulo Fernandez, e pelos investigadores Miguel Ferreira, Alice Almeida e Natália Roque do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e Celestino Quintela-Sabarís da Universidade de Santiago de Compostela.

O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional, através dos cofinanciadores Programa Operacional Regional Centro 2020, Portugal 2020 e a União Europeia.

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