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Novos bioestimulantes podem representar uma redução de 50% do uso de fertilizantes

Os novos bioestimulantes desenvolvidos pelo Centro Mundial de Inovação, em França, chegam a Portugal no início do próximo ano e podem representar uma redução de 50% de fertilizantes, ao tornarem as plantas mais aptas a enfrentarem as alterações climáticas.

“Queremos produzir mais, com mais qualidade e mais respeito pelo ambiente”, revelou o diretor-geral da Timac Agro em Portugal, uma filial do grupo Roullier.

Em declarações à Lusa, numa visita ao Centro Mundial de Investigação, sediado há seis anos em Saint-Malo, uma cidade portuária no noroeste de França, Marco Morais afirmou que a nova geração de bioestimulantes vai chegar ao mercado nacional a 01 de janeiro de 2022.

A nível mundial, prevê-se que a taxa de crescimento do mercado dos bioestimulantes ronde, anualmente, os 11 a 12,5% até 2025.

Com estes novos bioestimulantes, desenvolvidos a partir de extratos de algas e minerais, e que permitem uma maior adaptação das plantas aos efeitos extremos das alterações climáticas, o responsável afirmou que o objetivo é “responder a algo que começa a ser muito exigido”: menos ‘inputs’ na agricultura, ou seja, menos fertilizantes.

Dos testes desenvolvidos em Portugal, nomeadamente, em culturas de vinha, tomate, milho e olival, Marco Morais disse ter existido uma “melhor produtividade”, com acréscimos de produção entre os 10 e 40%.

“Chegamos a reduzir cerca de 50% de ‘inputs’ do que habitualmente o agricultor faz no seu plano habitual de fertilização”, afirmou.

Com “boas expectativas” relativamente a esta nova gama, Marco Morais não adiantou, no entanto, quais as perspetivas ao nível da faturação com esta nova gama no mercado, defendendo, que “a agricultura não é matemática”.

“Temos expectativas de venda, mas o mais importante é tentarmos responder a problemáticas muito complicadas. Em termos de quotas de mercado, claro que para nós é uma gama que nos permitirá chegar a mais agricultores e aumentar a presença no mercado”.

Considerando que “produzir mais com menos” nem sempre é fácil de aplicar e que “o caminho não acaba aqui”, o responsável salientou a necessidade de se reforçarem as ações de sensibilização junto dos agricultores portugueses, tanto no continente como nas ilhas.

Resultado de mais de oito anos de investigação, 450 ensaios laboratoriais e 250 ensaios de campo em diferentes países – incluindo Portugal -, a nova gama de bioestimulantes permite “produzir mais, com menos”, revelou Jessica da Costa, diretora de desenvolvimento de produtos da Timac Agro Internacional.

Subdividida em cinco segmentos, a nova gama de bioestimulantes – batizada de ADN – confere uma melhoria da performance genética da planta, ampliando e maximizando as suas capacidades, tendo como consequência indireta a redução do uso de fitossanitários.

Instalado em Portugal desde 1994 com a designação Vitas Portugal, o grupo dispõe de uma plataforma industrial e logística, em Setúbal, e conta com 162 colaboradores.


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