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Não faltam alimentos mas faltam tratores

A CONFAGRI participou ontem na primeira reunião do Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e de Retalho, coordenado pelos Ministros da Economia, das Infraestruturas e da Agricultura.

Depois da polémica levantada pela hipótese de virem a escassear bens alimentares nos principais canais de distribuição, os membros do grupo concluíram que esse risco não está em cima da mesa.

Neste momento não se perspetivam ruturas no abastecimento agroalimentar, apesar de existirem outras situações emergentes, nomeadamente no que diz respeito à distribuição, uma vez que o setor dos transportes está a ser fortemente condicionado, não só pela falta de mão-de-obra, mas também pelo agravamento do custo dos combustíveis, questão que está longe de ser resolvida.

Os custos da energia, adubos, pesticidas, mão-de-obra e outros fatores de produção estão a esgotar a tesouraria dos agricultores, uma vez que estes não conseguem refletir nos preços finais os agravamentos de custos com que estão a ser confrontados, o que está poderá levar ao abandono da atividade agrícola.

Na reunião também ficou evidente que, apesar da aprovação das candidaturas à renovação do parque de tratores, não existe oferta destes equipamentos no mercado devido à rutura de stocks que se está a generalizar um pouco por toda a europa. Esta situação também está a gerar uma onda de insatisfação junto dos agricultores que têm as suas candidaturas aprovadas, mas com limitações de prazos a cumprir. Numa altura em que não há forma de assegurar o aprovisionamento de novos tratores, seria indispensável aprovar o alargamento dos prazos deste concurso.

Está prevista uma nova reunião deste Grupo de Acompanhamento dentro de quinze dias para reavaliar a situação.

Não há problemas de abastecimento alimentar nem se prevê rutura de ‘stock’ – Siza Vieira


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