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Mais jovem produtor de vinho dos Açores defende pagamento dos apoios a “tempo e horas”

O mais jovem produtor de vinho dos Açores, Lucas Amaral, 20 anos, defendeu hoje a aposta na vitivinicultura regional, mas disse ser “uma pena” o Governo Regional não conseguir pagar os apoios aos produtores a “tempo e horas”.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela Adega Amaral, na ilha do Pico, que detém cinco referências (entre os quais o Esboçopódio e o Cadmarvor), considerou que muitos produtores “estão fiados” nos apoios regionais para pagar os “produtos fitofarmacêuticos e a mão-de-obra”.

Quando esses apoios “não chegam ou chegam tarde”, referiu, torna-se “complicado” conseguir pagar as despesas.

“O Governo Regional, ao nível de incentivos, apoia. É uma pena o governo não conseguir pagar a tempo e a horas os apoios, o que se torna complicado para os viticultores e acaba por ser uma cadeia às vezes sem volta a dar”, apontou.

Neste contexto, “ou bem que as pessoas têm outros negócios em que conseguem ir buscar esse dinheiro para pagar aos fornecedores ou então torna-se muito complicado”. Por isso, acrescentou, há produtores “bastante inquietados com este sistema”.

O empresário deu o exemplo dos apoios no âmbito do Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas da União Europeia (POSEI), do subsídio relacionado com a proteção ambiental da área protegida e do apoio à manutenção da vinha do Pico no sistema de currais.

Lucas Amaral disse ser “complicado começar do zero” a produzir vinho, uma vez que os “terrenos não estão acessíveis”.

“O vinho vale a pena, tal como a viticultura nos Açores. Na ilha do Pico, é uma viticultura um pouco diferente, uma viticultura herói. É um estilo de vinha muito trabalhosa e torna-se bastante complicado, mesmo ao nível do clima, é propício a fungos e a doenças”, assinalou.

A Adega Amaral celebrou em 15 de agosto o primeiro ano de existência, mas o mais jovem produtor de vinho dos Açores realçou ter sido “sempre criado no meio da vinha”, devido à influência do avô e do pai.

“No ano passado estávamos com uma área total de oito hectares. Do ano passado para este ano, adquirimos mais alguns, uns por arrendamento, outros por compra, ficámos agora com à volta de 23 hectares”, assinalou.

Lucas Amaral fundou a Adega após ter regressado de Mirandela, distrito de Bragança, onde tirou o curso de técnico vitivinícola na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, em Carvalhais.

“Estive lá cerca de três anos, fiz o curso de técnico vitivinícola, terminei como melhor aluno da turma, um dos melhores da escola, fui premiado pela Câmara Municipal de Mirandela. Fiz nesses três anos quatro estágios, dois a nível de viticultura, dois a nível de adega”, concluiu.


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