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Incêndios/Algarve: Autarquia de Castro Marim ajuda agricultores a alimentar gado

A Câmara de Castro Marim destinou 20.000 euros à aquisição de rações e palha para apoiar os produtores que ficaram sem pastos para alimentar rebanhos devido ao incêndio que afetou o concelho, anunciou hoje o município.

A autarquia já fez a aquisição das rações e da palha e vai fazer “ainda durante esta semana” a distribuição aos produtores de ovelhas e cabras que viram as zonas habitualmente usadas para as pastagens serem consumidas pelo incêndio que queimou cerca de 1.800 hectares no concelho, entre segunda e terça-feira, adiantou a Câmara do distrito de Faro.

O fogo, que alastrou também aos concelhos de Vila Real de Santo António e Tavira, deixou os produtores “sem forma de alimentar os seus rebanhos” e o apoio do município vai permitir “fazer face às dificuldades até à época das chuvas”, precisou a mesma fonte num comunicado.

“Alicerçados num sistema de produção extensivo (em que a base alimentar são as pastagens naturais), os produtores ficaram sem a principal fonte de alimentação para os rebanhos, colocando a sobrevivência dos animais em causa e a sua subsistência económica”, justificou a Câmara de Castro Marim.

A autarquia algarvia adiantou que, além deste apoio, os agricultores afetados pelo incêndio também contam com a ajuda de “várias equipas”, que se encontram “no terreno”, para fazerem o “preenchimento das fichas de ocorrência de prejuízos agrícolas”.

Estas equipas estão a funcionar, inicialmente, “nas sedes das juntas de freguesia de Odeleite e Azinhal”, mas a Câmara de Castro Marim anunciou que “em breve” este apoio também irá ser dado de “forma itinerante”, com as equipas a deslocarem-se às zonas que foram mais afetadas pelo incêndio.

“Este levantamento é uma condição necessária para que os lesados possam depois candidatar-se aos apoios anunciados pelo Governo através da Direção Regional de Agricultura e Secretaria de Estado do Ambiente. Também com base neste levantamento, a Câmara Municipal irá posteriormente criar apoios imediatos”, alertou o município.

O anúncio do município surge depois de, na quinta-feira passada, o presidente da Castro Marim, Francisco Amaral, e o diretor regional de Agricultura e Pescas, Pedro Valadas Monteiro, se terem reunido com produtores afetados pelo incêndio para tomarem conhecimento das medidas de apoio já disponibilizadas pelo Governo para as áreas atingidas pelo fogo.

A Câmara de Vila Real de Santo António também avançou com dados da área ardida no concelho, revelando que foram consumidos 1.840 hectares no concelho, depois de uma reunião que juntou, na quinta-feira, o presidente da Câmara, Luís Romão, os homólogos de Castro Marim e Tavira, Francisco Amaral e Ana Paula Martins, respetivamente, e o secretário de Estado da Conservação da Natureza, João Catarino.

O encontro serviu para fazer um balanço do incêndio, que só foi dado como dominado na tarde de terça-feira, depois de ter tido início cerca da 01:00 de segunda-feira, em Perneira, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, e de ter alastrado depois a Vila Real de Santo António e Tavira.

Segundo dados do programa Copernicus da União Europeia, o fogo de Castro Marim provocou um total de 5.957 hectares em área ardida, afetando ainda 163 edifícios e 2.774 hectares de áreas agrícolas.

Na ocasião, o município de Vila Real de Santo António anunciou que tinha constituído uma equipa para fazer o levantamento dos prejuízos e anunciou que a tutela da Agricultura já tinha autorizado os produtores afetados a “reportar os prejuízos resultantes do incêndio, nas instalações ou no ‘site’ da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve [DRAP Algarve]”, sem avançar mais detalhes.

Incêndios/Algarve: Arderam 1.840 hectares em Vila Real de Santo António – município


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