O diretor-geral da Agricultura da Guiné-Bissau, Júlio Indjai, revelou hoje que o país aposta no cultivo do arroz também na época da seca como forma de aumentar a produção daquele cereal que é a base da dieta alimentar dos guineenses.
Júlio Indjai comentava à Lusa as indicações dos serviços da meteorologia da Guiné-Bissau, que apontam para a diminuição das chuvas no país este ano, o que poderá afetar a produção agrícola, nomeadamente do arroz.
Segundo a meteorologia guineense, a fraca chuva será notada sobretudo no mês de setembro, prevendo-se que seja a mais acentuada diminuição dos últimos 30 anos.
A redução das chuvas é motivada pelas alterações climáticas, assinalou a meteorologia guineense.
Para contrariar a situação, o Governo distribuiu sementes de várias culturas aos camponeses e incentivou-os a aumentarem a produção de cereais, sobretudo, o arroz durante o período seco que vai de novembro a junho, disse à Lusa o diretor-geral da Agricultura.
Analisando as estatísticas da última campanha agrícola, o diretor-geral da Agricultura revelou que só nas regiões de Bafatá e Gabú, no leste da Guiné-Bissau, os camponeses produziram 468 hectares de arroz durante o período da seca.
Júlio Indjai acredita que, com o incentivo à produção nessa época do ano noutras zonas do país, nomeadamente no norte e no sul, e com o aumento dos atuais 97 para 300 tratores agrícolas a serem adquiridos pelo Governo, “rapidamente o país poderá aumentar a sua produção” de alimentos, sublinhou.
Atualmente a Guiné-Bissau não produz arroz suficiente para o que é consumido a nível nacional.
O diretor-geral da Agricultura sublinhou que o país “gasta muito dinheiro” todos os anos com a importação de mais de 100 mil toneladas daquele cereal.