Combater as alterações climáticas: um esforço de todos

As preocupações com o aquecimento do Planeta são quase tão antigas como a revolução industrial. Veja os principais momentos desta luta e como os portugueses a encaram.

No próximo ano completa-se meio século desde que se começaram a discutir as alterações climáticas. Mas o problema está longe de solucionado, e só o esforço de todos pode, ainda, interromper o ciclo e devolver a esperança ao Planeta e à Humanidade.

Desde a revolução industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, em Inglaterra, tem-se registado um aumento da temperatura média no Planeta, de forma consistente e progressiva.

Depois de inúmeros alertas dos cientistas, só em 1988 foi criado o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), e só em 2005, na sequência do Protocolo de Quioto, assinado em 1997 por 192 estados, a comunidade internacional avançou com medidas efetivas para combater o comprovado aquecimento global.

Quando voltaram a reunir-se, desta vez em Paris, em 2015, para estabelecer objetivos mais apertados para os limites admissíveis de emissão de gases de efeito de estufa (GEE), vários compromissos nesta matéria tinham sido falhados. Em 2012, só a União Europeia tinha cumprido as metas acordadas em Quioto.

A 21 de abril deste ano, a União Europeia estabeleceu como nova meta reduzir as emissões líquidas (isto é, o saldo entre as emissões e as retenções) de GEE em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990, mantendo o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

Portugal no bom caminho

Alinhando com a maioria dos europeus, os portugueses pretendem que seja aumentado o esforço nacional na redução das emissões. Um inquérito realizado em 12 países pelo instituto YouGov, para a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), indica que quase três em cada quatro portugueses não se importaria de pagar um pouco mais pelos combustíveis ou pela energia para aquecimento, se isso contribuir para o esforço coletivo de reduzir as emissões.

Em Portugal, existem já casos excecionais de comprometimento com a mitigação dos efeitos das alterações climáticas. A The Navigator Company, por exemplo, foi a primeira empresa portuguesa, e uma das primeiras no mundo, a assumir o compromisso de, até 2035, tornar todos os seus complexos industriais neutros em emissões de carbono. O anúncio, feito em outubro de 2019, antecipa em 15 anos a meta assumida pela União Europeia e por Portugal para a neutralidade carbónica, obrigando a investimentos de mais de 150 milhões de euros em energias renováveis, novas tecnologias e, também, plantação de floresta. E os frutos já se começam a colher: só com a entrada em funcionamento de uma nova caldeira de biomassa na fábrica da Figueira da Foz, a Navigator conseguirá, no final deste ano, emitir menos 32% de CO2.

Um dos maiores consensos nesta luta contra as alterações climáticas é que todos temos de participar na mudança, mesmo com gestos simples. Quem gere e cuida da floresta tem um papel acrescido, dada a importância deste recurso natural para a fixação de CO2, um dos principais gases de efeito de estufa.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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