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Charneca da Glória do Ribatejo continua um barril de pólvora

Bombeiros e o município investiram na prevenção, mas a charneca da Glória do Ribatejo voltou a arder. O problema continua a ser o mesmo: a falta de ordenamento do território. Uma semana depois, O MIRANTE percorreu os 98 hectares de terra ardida onde pequenos produtores ainda fazem contas ao prejuízo. Quem viu o fogo de perto não esquece o susto.

O verde da charneca que se via do quintal da pequena vivenda de Jaime Pirralha e Jacinta Inocêncio deu lugar a um cenário negro com cheiro a cinza. Foi ali, a escassos metros da sua habitação, na Rua das Janeiras, na Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, que teve início o incêndio que consumiu cerca de 98 hectares de floresta a 22 de Agosto.

Jaime Pirralha estava a dormir quando o barulho das sirenes dos carros dos bombeiros o despertaram para um pesadelo. Gritou pela esposa, saíram à rua, mas decidiram ficar. “Íamos para onde? A nossa casa é aqui”, diz sentado numa cadeira à sombra onde passa parte do dia.

“Tivemos medo, claro, que nos ardesse isto tudo. Só víamos bombeiros e aviões pelo ar e o fogo mesmo aqui ao lado”, atira Jacinta Inocêncio, queixando-se que já está “velha para estes sustos”. A casa ficou intacta, mas uma propriedade, mais ao fundo, ardeu toda.

António Matias, de 71 anos, ofereceu-se para nos guiar pela terra que as chamas devastaram. “Isto tudo ardeu há cinco anos e não foi feito rigorosamente nada”, diz enquanto sacode as folhas de uma pequena árvore queimada. “Com o combustível que cá ficou o que não foi consumido neste incêndio está pronto para arder outra vez”, reclama mais à frente, na estrada que liga a Fajarda à Glória do Ribatejo, por onde o fogo andou em 2016.

Milhões gastos todos os anos no combate a incêndios

Na primeira semana de Agosto, António Matias, que […]

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