milho danificado

Mau tempo: Chuva afeta produção de milho no Baixo-Mondego

A chuva intensa que atingiu o Baixo Mondego, na segunda-feira ao final da tarde, afetou uma “vasta área de produção de milho”, disse à agência Lusa o coordenador da ADACO – Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra, Isménio Oliveira.

Numa nota de imprensa enviada à Lusa, a ADACO refere que, dos cerca de nove mil hectares de milho no Baixo Mondego, cerca de 50% da colheita está em risco de se perder, principalmente entre Coimbra e Carapinheira, por estar deitado e muito dele ainda em verde”.

A ADACO pede a intervenção “urgente” do Ministério da Agricultura para que faça “um levantamento exaustivo da área afetada” e tome “medidas de apoio para os agricultores prejudicados”.

Segundo a mesma nota, a ADACO revela que irá pedir “uma reunião urgente com a Direção Regional de Agricultura em Coimbra, para reclamar da tomada das medidas necessárias inerentes aos prejuízos”, que, segundo diz, não estão cobertos pela maioria dos seguros.

Isaías Simões tem produções de milho em Tentúgal e em Alfarelos, no distrito de Coimbra. O agricultor explicou à Lusa que a produção ainda está atrasada, uma vez que a colheita está prevista para outubro.

“Quando foi do Leslie, não fomos tão afetados, porque a maçaroca já estava feita e pronta para colher”, adiantou.

Nesta altura, as sementeiras ainda estão no seu início: “Há milho que dará para aproveitar, sobretudo os que estiverem caídos nos sulcos de rega. Poderei aproveitar cerca de 70%. Mas quem não tiver maquinaria terá mais prejuízo”, constatou.

Isaías Simões deixou de ter seguro há cerca de dois anos, quando uma intempérie lhe estragou outra produção.

“Nem sempre os seguros consideram que se enquadra na proteção. Estamos a pagar o seguro e depois não recebemos nada. É preferível não ter”, lamentou.

O agricultor acrescentou que para serem ressarcidos e apoiados “é fácil perceber os prejuízos”.

“Agora tudo está faturado. É só fazer a média dos últimos dois a três anos”, disse, ao afirmar que, no total, costuma colher cerca de 28 toneladas das suas duas explorações.

Todos os distritos de Portugal continental estão hoje e na quarta-feira sob aviso amarelo, devido à previsão de aguaceiros, por vezes fortes, de granizo, acompanhados de rajadas de vento forte e trovoadas, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O aviso amarelo para os 18 distritos do continente vai estar em vigor até às 12:00 de quarta-feira.

O aviso amarelo é emitido sempre que há risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê “muita instabilidade” até quinta-feira, com “precipitações localmente fortes”, particularmente em Leiria, Lisboa e Setúbal.

De acordo com o instituto, “são expectáveis precipitações localmente fortes, com impactos significativos, em particular em meios urbanos, onde há risco de cheias rápidas, e na circulação rodoviária”.

Esta situação ocorre “devido à aproximação de uma depressão a Portugal continental com expressão em altitude, à qual estão associadas massas de ar tropicais, instáveis e com elevados conteúdos em vapor de água”.


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