Catarina Martins

BE quer novas prioridades para a PAC sem “repetir erros do passado”

A coordenadora do BE defendeu hoje novas prioridades para as verbas da Política Agrícola Comum (PAC), acusando o Governo de se “preparar para repetir erros do passado” e entregar “milhões a um pequeno grupo de privilegiados”.

No final de uma reunião no parlamento com representantes da Coligação Cívica, que pretende participar no Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PAC) 2023-27, Catarina Martins alertou que são verbas de “quase dez mil milhões de euros” que vão ter um grande impacto em Portugal.

“É quase uma bazuca (…) A PAC vai até 2027, esta é a nossa última oportunidade de fazermos na agricultura e no território o que é necessário para cumprirmos as metas climáticas com que nos comprometemos até 2030”, defendeu a líder bloquista.

Catarina Martins alertou que, se o dinheiro não for bem aplicado, “o que tem sido dito sobre povoamento do interior e sobre metas climáticas é tudo mentira”.

Na sexta-feira, o parlamento votará um projeto de resolução do BE que pede uma PAC “mais útil para a sociedade e mais justa para todos os territórios e agricultores” e prioridades que “tenham a ver com o povoamento do território e o desenvolvimento da agricultura”.

“Continuar a entregar os milhões da PAC a um pequeno grupo de privilegiados ao mesmo tempo que abandonamos parte do território e a maior parte da pequena agricultura portuguesa é um erro tremendo que se paga em tragédias como os incêndios de 2017 e que tende a agravar-se com as alterações climáticas a que estamos todos sujeitos”, avisou.

No final da reunião com os especialistas, a líder do BE alertou que muitas organizações alertam que “o que o Governo está a querer fazer com o dinheiro da PAC é repetir erros do passado”

“O Governo está a preparar-se para, em negociações à porta fechada, entregar o dinheiro aos mesmos latifundiários do costume, criando os mesmos problemas de desgaste de solos e de falta de água”, alertou.

A Coligação Cívica – Participar no PEPAC entrega hoje ao Governo e à Assembleia da República um conjunto de propostas no âmbito da Preparação do Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum 2023-27.

Num documento a que a Lusa teve acesso, as 28 organizações coligadas informam que pretendem promover a participação cívica na elaboração do PEPAC, “em diálogo com toda a sociedade e os órgãos de soberania, em particular, com o Governo e demais instituições públicas responsáveis” pela preparação e apresentação do Plano à Comissão Europeia, prevista para o final de 2021.

Da Comissão Coordenadora da Coligação Cívica fazem parte a ANP/WWF, Grupo dos Nove, Oikos, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Minha Terra, Manifesto, Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais, Zero, Centro PINUS e Animar.

Coligação cívica entrega propostas sobre Política Agrícola Comum


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