A campanha de cereja deverá ser “muito positiva” este ano e triplicar a produtividade face a 2020, enquanto a produção de pêssego deverá também aumentar, para “níveis próximos da média dos últimos cinco anos”, informou hoje o INE.
Segundo as previsões agrícolas em 31 de maio do Instituto Nacional de Estatística (INE), já quanto aos cereais de outono/inverno “não se confirmaram totalmente” as expectativas iniciais, “embora se mantenham previsões de aumento de produtividade no trigo mole, cevada e aveia (+5%) e de manutenção no trigo duro, triticale e centeio”.
Relativamente à campanha da cereja, e “apesar de algumas dificuldades nas variedades mais precoces, deverá atingir um rendimento unitário acima das 3,7 toneladas por hectare, o triplo do alcançado em 2020”.
“Na cereja regista-se um atraso de cerca de duas semanas no início da campanha, sendo que a maioria dos produtores apenas começou a colher os frutos na terceira semana de maio. Para este facto contribui a maturação mais tardia das variedades precoces e a falta de qualidade comercial da primeira produção destas variedades, muito afetada pela precipitação dos últimos dias de abril e primeiros de maio”, nota o INE.
Ainda assim, o instituto ressalva que “a principal fatia de produção provém das variedades de estação, que têm amadurecido em condições favoráveis”, pelo que se prevê “um significativo aumento de produtividade face à campanha anterior (+200%)”, que foi “a quarta pior das últimas três décadas”.
Quanto ao pêssego, o INE estima um aumento de 15% na produtividade, para as 9,85 toneladas por hectare, um “rendimento unitário próximo da média do último quinquénio” resultante das “condições meteorológicas favoráveis ao desenvolvimento dos frutos”.
No que se refere à instalação das culturas de primavera/verão, o instituto estatístico diz que “decorreu sem registo de incidentes”.
No arroz prevê-se que a possibilidade de utilização dos canteiros que tinham ficado por semear na campanha anterior (devido às obras de intervenção no aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado) permita fazer regressar a área semeada aos 29 mil hectares, um resultado próximo da média do último quinquénio.
Já no milho para grão, e “apesar da significativa subida de preços no mercado internacional”, com a cotação a quase duplicar nos últimos 10 meses, “não se preveem aumentos de área face à campanha anterior”, sendo que também a área plantada de batata “deverá ser semelhante à de 2020”.
Já no tomate para a indústria – cujas plantações se iniciaram na última semana de março e já estão praticamente concluídas – o INE prevê-se que a área instalada alcance os 16 mil hectares (+20%, face à campanha anterior), apontando a subida do preço pago ao produtor como “o principal motivo apontado para este significativo aumento”.
Previsões Agrícolas: Boas expetativas para a campanha da cereja – Maio de 2021