O Governo brasileiro lançou na terça-feira o Plano Safra 2021/2022, com 251,22 mil milhões de reais (42,4 mil milhões de euros) em créditos para apoiar a produção agropecuária nacional, informaram fontes oficiais.
O anúncio do plano, cujo valor reflete um aumento de 14,9 mil milhões de reais (2,52 mil milhões de euros) em relação ao plano anterior, ocorreu numa cerimónia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do Presidente, Jair Bolsonaro, e da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
A governante afirmou que foram aumentados recursos para técnicas agrícolas sustentáveis e que o atual Plano Safra deixará o “agro brasileiro ainda mais competitivo”, reforçando as práticas de uma produção cada vez mais verde, inclusiva e próspera.
A ministra também mencionou soluções tecnológicas sustentáveis para ampliar a produção e melhorar os rendimentos dos produtores.
“Novamente, nós priorizamos a agricultura familiar e os investimentos, em especial na agricultura de baixo carbono, que aumentou em mais de 100% neste plano. Então, este é um plano que já vem muito pincelado de verde”, afirmou Tereza Cristina, durante o evento de lançamento.
“Nas próximas décadas, a produção agrícola mundial deverá crescer em sintonia com a conservação ambiental, porém sem descuidar dos ganhos de produtividade e da inclusão social. Graças à ciência e à inovação, o Brasil será protagonista desse processo”, acrescentou a ministra.
Tereza Cristina finalizou o seu discurso fazendo um desafio aos produtores rurais, para que a próxima colheita chegue a 300 milhões de toneladas de grãos.
De acordo com o Governo, o “Plano Safra ficará ainda mais verde” com o fortalecimento de programas que abrangem o financiamento para produção de consumíveis de origem biológica, de energia renovável e a “adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais e agricultura irrigada”.
O Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC), que é a principal linha para financiamento de técnicas sustentáveis, teve uma ampliação de 101% em relação aos recursos disponibilizados no Plano Safra anterior.
A linha de crédito disponibilizará 5,05 mil milhões de reais (850 milhões de euros) em recursos com taxa de juros de 5,5% e 7% ao ano, carência de até oito anos e prazo máximo de pagamento de 12 anos.
Já os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 19%.
No seu discurso, Jair Bolsonaro declarou que o Brasil alimenta mais de mil milhões de pessoas no mundo, aliando a produção agrícola com a preservação ambiental: “Se não fosse o agronegócio, como estaríamos hoje? Somos um dos países que menos decresceram em 2020, apesar da pandemia”, disse.
Nos últimos anos, o setor agropecuário brasileiro tem sido duramente criticado por organizações ambientais devido ao seu impacto na desflorestação da Amazónia.
Nesse sentido, na segunda-feira, Tereza Crsitina indicou que o país vai adotar uma nova legislação para melhorar o rastreio da sua produção agropecuária, visando garantir a segurança alimentar e evitar a produção de alimentos em áreas desflorestadas na Amazónia.
De acordo com diversos relatos de organizações não-governamentais (ONG), a desflorestação e as posteriores queimadas dessas áreas na Amazónia fazem parte de um processo cujo objetivo final é o uso das terras para a agropecuária.