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Campanha promocional quer duplicar consumo de carne de coelho em Portugal até 2024

A Associação Portuguesa de Cunicultura (Aspoc) quer duplicar o atual consumo nacional de 0,66 quilogramas ‘per capita’ de carne de coelho com uma campanha de 1,5 milhões de euros que arrancou esta semana e decorre até 2024.

“O Segredo da Dieta Mediterrânea” é o mote da segunda campanha de promoção e divulgação de carne de coelho, financiada pela União Europeia e que “aposta sobretudo em mensagens de redescoberta da carne de coelho como um dos produtos emblemáticos da dieta tradicional mediterrânea”, avançou à agência Lusa fonte oficial da Aspoc.

A primeira campanha, que decorreu de 2018 a 2020 sob o tema “Carne de Coelho – Como a vai cozinhar hoje?”, focou-se essencialmente na partilha de experiências geracionais e na comunicação dos benefícios e versatilidade da carne de coelho, potenciando a sua integração na alimentação quotidiana das famílias portuguesas.

Segundo dados da associação, Portugal é atualmente o quinto produtor europeu de carne de coelho, com uma produção de 6,243 toneladas, tendo o setor vindo a apostar numa estratégia de criação de valor que resultou num crescimento do valor acrescentado bruto (VAB) de 2,46 milhões de euros em 2013 para 6,12 milhões em 2019.

De acordo com a Aspoc, “com critérios exigentes ao nível da tecnologia, do bem-estar animal e do controle alimentar, a fileira da cunicultura tem crescido”, existindo atualmente em Portugal cerca de 110 produtores detentores de explorações com mais de 300 coelhas reprodutoras e três matadouros responsáveis pelo processamento e distribuição da carne de coelho.

Em 2020, o consumo reportado de carne de coelho foi de 0,66 quilogramas (kg) ‘per capita’, mas a este valor deve ser adicionado o autoconsumo (produção doméstica), uma “tradição que ainda perdura em várias regiões do país” e que se estima que seja da ordem de 0,35 kg ‘per capita’.

Segundo a associação, apesar de apenas cerca de metade dos agregados familiares consumirem carne de coelho, esta “está presente ao longo de todo o ano e não de uma forma pontual (em festas, como o Natal e a Páscoa), como outras carnes” e, “ainda que o consumo não tenha aumentado de uma forma muito expressiva, foi possível inverter a tendência acentuada de queda registada nos últimos anos”.

Portugal consome mais carne de coelho do que a que produz, pelo que o volume das exportações é relativamente baixo (345 toneladas em 2020), sendo as transações “essencialmente com Espanha”.

Segundo a associação, a integração com Espanha – ao nível da política de preços, do comércio internacional e de programas de ‘marketing’ – permitiu fazer da Península Ibérica “o maior produtor da Europa” de carne de coelho.

Em Portugal, e “apesar dos produtores portugueses terem aderido voluntariamente à redução do uso de antimicrobianos” (substância que inibe o desenvolvimento de micro-organismos), a Aspoc diz que “a produção não caiu”, tendo antes registado “um ligeiro crescimento”.

Com a nova fase da campanha agora lançada, a Aspoc diz que se “pretende ir mais longe” do que no passado, pelo que “as mensagens principais sobre a carne de coelho são também sustentadas por questões mais abrangentes, como a sustentabilidade, o meio ambiente, o processo de produção europeu e o bem-estar animal”.

O público-alvo desta campanha são os consumidores regulares de carne branca que, durante a semana, alternam a sua alimentação com carnes vermelhas.

Identificados, tipicamente, como “homens e mulheres adultos, com e sem filhos, com idades compreendidas entre os 25-50 anos”, os consumidores alvo são “pessoas interessadas, ativas, preocupadas com o seu bem-estar, que têm hábitos de vida saudáveis e privilegiam dietas equilibradas e fáceis de confecionar”.

Até ao final deste ano, a campanha prevê várias ações de promoção e divulgação da carne de coelho que passam pela produção de conteúdos e de receitas de ‘bloggers’ e influenciadores, ‘roadshows’ junto do canal horeca (hotelaria, restauração e cafetaria, nomeadamente churrasqueiras), campanhas digitais utilizando meios ‘online’ e redes sociais e ‘spots’ em televisão, que decorrerão em simultâneo com a disponibilização de materiais de ponto de vendas em diversas cadeias de distribuição.


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