Os compromissos políticos de neutralidade carbónica globais, europeus e nacionais conferem à floresta um papel central e incontornável. Depois do Webinar promovido pelo Centro PINUS no passado dia 29 de junho ficou mais evidente a grande oportunidade que se apresenta para o setor florestal e a fileira do pinho.
O Webinar contou com mais de 100 participantes, reunindo todas as partes interessadas e competências a convocar para o desafio: grandes grupos empresariais com compromissos de neutralidade carbónica; organizações públicas e privadas de gestão florestal; organismos da administração pública; Instituições de Ensino Superior, Entidades de I&D e empresas de consultoria.
Se não pôde participar o Centro PINUS disponibiliza a gravação no seu canal de Youtube e em www.centropinus.org encontra as apresentações disponibilizadas e as principais conclusões.
João Paulo Catarino, Secretário de Estado que tutela a floresta, referiu na sua intervenção as evidências da aposta do Governo, visível em instrumentos como o PRR, que irá alocar investimentos assinaláveis nos territórios mais vulneráveis, onde se localizam as principais manchas de pinheiro-bravo e na valorização da resina natural.
Paralelamente ao investimento público, verifica-se uma grande dinâmica no mercado voluntário de carbono tendo sido citados dados como o facto de o volume de transações de créditos de carbono com origem no setor de florestas e uso do solo ter crescido 264% em 2017/2018 ou de cerca de 1/5 das maiores empresas mundiais terem assumido já compromissos de neutralidade carbónica. Existe assim atualmente uma grande disponibilidade de capital privado para investir na valorização de áreas florestais através de ações de arborização, rearborização, condução de regeneração natural e outras.
O pinheiro-bravo diferencia-se pela positiva através da sua cadeia de valor, pela versatilidade de produtos passíveis de valorização através de conceitos como a bioeconomia e economia circular e pela duração do período de sequestro quer nos espaços florestais quer nos produtos.
Existe uma grande diversidade de iniciativas de acreditação, de níveis de exigência e mesmo de modelos de negócio no mercado voluntário de carbono. Para países como Portugal o caminho para esta oportunidade poderá passar por iniciativas como as promovidas pelo grupo espanhol Sylvestris, empresa que tem realizado investimentos em áreas florestais ao abrigo de uma iniciativa e ferramenta dinamizadas pelo Governo espanhol.
O Centro PINUS alertou para a importância de o país manter capital natural de sequestro de carbono denunciando a incoerência de destruir floresta para instalar parques fotovoltaicos.
Fique a conhecer as principais conclusões aqui.
Pode fazer download das apresentações disponibilizadas pelos oradores nos links dos seus nomes:
Sandra Martinho: “O pinhal e o mercado voluntário de carbono: desafios, oportunidades e trade-offs”
Francisco Martínez: “O papel das florestas no caminho para a neutralidade de carbono: a experiência espanhola”