Os cientistas da Universidade da Califórnia em Riverside (UCR) esperam que o RNA de uma infeção pouco conhecida que ataca os citrinos possa vir a ser usado em tratamentos eficazes.
A Citrus yellow vein disease (doença da veia amarela, em tradução livre) foi descoberta há 64 anos em Riverside, nos Estados Unidos, mas só recentemente foram desvendados os códigos genéticos do patogénio associado.
Esta descoberta feita por investigadores da Universidade da Califórnia em Riverside (UCR), Estados Unidos, abre caminho para outras descobertas: por exemplo, se a infeção aparentemente benigna pode ser usada como um veículo para transportar agentes antibacterianos e antivirais para os sistemas vasculares das plantas cítricas, onde as infeções geralmente ocorrem.
Embora acreditem que o patogénio seja benigno, os investigadores estão a fazer testes adicionais para se certificarem de que não afetará a qualidade ou quantidade dos frutos, a altura das árvores ou quaisquer outros marcadores de saúde.
As células usam o RNA para converter as informações armazenadas no DNA em proteínas que desempenham diferentes funções. A doença da veia amarela está associada a um pequeno RNA independente móvel, também chamado de iRNA, que se espalha através do sistema vascular de uma planta. Este mecanismo de disseminação pode ser uma nova maneira de tratar doenças nos citrinos.
“O iRNA é incrível porque é capaz de manipular células vegetais para ajudá-lo a se replicar, apesar de ter apenas um gene funcional”, explicou Kiran Gadhave, microbiologista da UCR e investigador-chefe do projeto iRNA.
Um dia, acredita Kiran Gadhave, o iRNA poderá ser usado juntamente com tecnologias de edição genética, como o CRISPR, de modo a ‘treinar’ as células a reconhecer e destruir ácidos nucléicos de patogénios invasores de plantas.
O trabalho realizado pelos investigadores da UCR foi descrito recentemente num artigo na revista Frontiers in Microbiology.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.