Francisco Gomes da Silva

A floresta de produção merece mais – Francisco Gomes da Silva

Uma floresta de produção bem gerida é seguramente a forma de floresta que, no seu conjunto, mais contributos traz para a sociedade portuguesa.

Começo com uma declaração de interesses: desempenho, desde há cerca de dois meses, a função de diretor-geral da CELPA, na qual estão associadas empresas que produzem pasta, papel, tissue (como papel higiénico, guardanapos de papel ou papel de cozinha) e cartão a partir de madeira (essencialmente eucalipto e pinho) e de papel reciclado. Ora, as empresas que a CELPA representa (bem como outras, ligadas a outras fileiras de base florestal) necessitam de áreas de floresta especialmente dedicadas à produção de madeira. Alguns dirão que assim está explicado o conteúdo do texto abaixo. Desenganem-se: o que o explica é aquilo em que acredito, fruto do meu conhecimento e da minha experiência profissional. Esperando, é certo, estar do lado certo da história, questão que só o futuro determinará.

Feita a declaração de interesses, que vale o que vale, vamos ao que verdadeiramente interessa. Ao longo dos últimos anos, de forma muito ativa por parte de alguns e por simples omissão por parte de outros, tem vindo a construir-se a ideia de que as “florestas de produção” (perdoem-me o termo, porque de facto não conheço nenhuma floresta que não produza), por se destinarem a produzir matéria-prima para diversas indústrias, devem ficar arredadas quer das preocupações das políticas públicas (exceto no seu caráter restritivo), quer da consideração e valorização dos contributos que dão à sociedade na multiplicidade de funções que cumulativamente desempenham.

Alguns sinais desta tendência são muito evidentes. Se retivermos, por exemplo, as diversas medidas de política que, ao longo dos últimos anos, têm vindo a ser anunciadas para a Floresta, verificaremos


Director-geral da CELPA – Associação da Indústria Papeleira e professor auxiliar do Instituto Superior de Agronomia

Continue a ler este artigo no Público.


por

Etiquetas: