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Organizações ambientalistas contra plano da RDCongo voltar a atribuir concessões florestais

Várias organizações não-governamentais de defesa do ambiente, incluindo a Greenpeace, opuseram-se hoje ao anunciado levantamento da proibição de entrega de novas concessões para exploração madeireira na República Democrática do Congo (RDCongo).

O ministro congolês do Ambiente propôs na sexta-feira em Conselho de Ministros um plano que recomenda “o levantamento da atual moratória sobre a concessão de títulos de exploração madeireira” com vista à respetiva adoção na próxima reunião governamental.

“Perante o caos generalizado na indústria florestal” na RDCongo, o levantamento da moratória, em vigor desde 2002, “permitiria uma venda massiva do território nacional, poria em perigo as comunidades locais e exacerbaria as crises climáticas e de biodiversidade”, alertaram a Greenpeace, a Rainforest Foundation UK e a Rainforest Norway numa declaração conjunta.

“Este é um plano cínico, que apenas cederia mais território da RDCongo a empresas estrangeiras, ansiosas por pilhar a floresta, abrindo uma nova avenida para os madeireiros (industriais)”, afirmou Irene Wabiwa, da Greenpeace.

Em junho, a Greenpeace acusou o antigo ministro do Ambiente, Claude Nyamugabo, de atribuir ilegalmente, não obstante a moratória, licenças de exploração madeireira em várias províncias, incluindo a “interesses mineiros”, relativas a mais de quatro milhões de hectares, ou seja, uma área superior a cerca de quatro vezes a cidade de Kinshasa.

A RDCongo abriga mais de 60% das florestas densas da Bacia do Congo, a segunda maior floresta tropical do mundo, depois da Amazónia.

Oficialmente, até 2019, apenas um pouco mais de 11 milhões de hectares (110.000 km2) foram concedidos pelo Estado a industriais para a exploração de madeira.

A desflorestação representa uma ameaça à luta contra as alterações climáticas ao libertar dióxido de carbono armazenado em grandes quantidades nas turfeiras das florestas tropicais da RDCongo, sublinha a Greenpeace.


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