O ministro Matos Fernandes foi filmado dentro de um carro a 200 km/h na autoestrada. Confrontado com a situação, o ministro disse que não se apercebeu, que se aconteceu foi um erro e que tomaria providências para não voltar a acontecer.
Acontece que Matos Fernandes não é “apenas” ministro, é o Super-ministro do ambiente e ação climática, cujo ministério captou ao Ministério da Agricultura as florestas e o bem-estar animal que estava na DGAV, Direção Geral de Veterinária.
Acontece que, por ironia do destino, o carro que ia a 200 km/h parece ser um carro a gasóleo com matrícula deste ano.
Ora foi este ministro que em 2018 avisou que não devíamos comprar carros a gasóleo porque em 4 ou 5 anos iam deixar de ter valor. Afinal precisa de um carro desses…
Acontece que este é também o ministro que apoiou a proibição da carne de vaca na Universidade de Coimbra e por diversas vezes defendeu a redução do número de vacas por causa das emissões de gazes dos efeitos de Estufa (GEE).
Sucede que os transportes representam 24% das emissões de GEE em Portugal, 5 vezes mais do que todo os bovinos (4,5%) – Estou convencido que as vacas leiteiras representam 1%.
Mais importante, o carbono que as vacas libertam foi captado pelas pastagens e forragens cultivadas pelos agricultores, ao passo que o dióxido de carbono emitido por um carro estava armazenado em profundidade há milhares de anos sob a forma de petróleo – são balanços completamente diferentes.
E, para concluir, um carro a 200 km/h costuma gastar mais combustível e libertar mais gazes por km do que um carro a 90 ou 120 km/h.
#carlosnevesagricultor
O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.