“Qual é a alimentação mais sustentável?” A resposta é: várias! Falámos com dois especialistas que sublinham que a alimentação é um elemento “muito complexo”, pelo que há vários caminhos para a sustentabilidade.
Se olharmos para a Dupla Pirâmide, que o Barilla Center for Food and Nutrition (BCFN) lançou em 2010, a resposta mais “correta” à pergunta “Qual é a alimentação mais sustentável?” seria, talvez, a dieta mediterrânica. Mas a sustentabilidade é um “chapéu” que abrange mais dois pilares além do ambiental – o económico e o social. Por isso é tão complicado eleger um tipo de alimentação mais sustentável, seja ela biológica, flexitariana, paleo, vegetariana ou vegan. Os especialistas frisam que terá de haver um equilíbrio, apostando no binómio saudável/sustentável.
“Não é certo que essas dietas sejam mais saudáveis do que uma dieta ‘normal’. Não há evidências científicas de que sejam mais saudáveis nem mais sustentáveis, são opções que as pessoas podem tomar”, afirma Anabela Raymundo, coordenadora do Grupo 3 (Food and Feed) da Unidade de Investigação LEAF (Linking Landscape, Environment, Agriculture And Food) do Instituto Superior de Agronomia (ISA).
“O sistema alimentar é um sistema crucial no mundo e podemos dizer que é uma história de sucesso porque desde os anos 50 conseguimos reduzir a fome de 45-50% para cerca de 10%. E isso deve-se aos avanços na agricultura, que deixou de ser baseada na intuição para se apoiar em várias ferramentas que conduziram ao smart farming e a um enorme aumento da produtividade das culturas”, afirma Randy Jagt, partner da Deloitte Holanda e líder da divisão de Future Food
No entanto, este especialista frisa que “o trabalho está longe de estar concluído.” “Se olharmos para a ligação alimentação/saúde, devia ser um casamento ‘feito no céu’ mas, afinal, estão separados e não falam um com o outro, porque, por um lado, temos cerca de 1,9 mil milhões de pessoas obesas ou com peso a mais e, por outro, mais de dois mil milhões de pessoas com […]