Os principais destaques deste importante ato eleitoral prendem-se com a profunda restruturação operada nos titulares dos órgãos sociais (mais de 60% de novas entradas), e com as declarações do Presidente da Mesa da Assembleia Geral cessante, Manuel Castro e Brito, do empossado Presidente da Direção, Pedro Rei, e de Firmino Cordeiro na qualidade de Diretor Geral da organização,
Da direção da AJAP composta por 5 elementos, apenas o Presidente Pedro Rei e o Vice-Presidente, André Silva se mantiveram, Henrique Silvestre do Vale da Rosa, assume a outra Vice-Presidência, ocupando o cargo de vogais do mesmo órgão Samuel Pereira de Torres Vedras e André Freitas do Vale do Mondego. Para a Presidência da Mesa da Assembleia Geral, Manuel Castro e Brito (por ultrapassar os 40 anos), é substituído por Eduardo Almendra ex-Presidente da Direção, a Vice-presidência é assegurada pela Veterinária Joana Rodrigues, e o Secretária do mesmo órgão, fica a cargo de Romeu Sequeira, candidato assumido a Presidente da Casa do Douro. O Conselho Fiscal é Presidido por André Macedo, Gestor e jovem agricultor em Braga, e como membros deste órgão, Cátia Pinto, investigadora e Secretária Executiva do Smart Farm Colab, Hugo Bacalhau da GojiNatur Lda, empresa agrícola da Vidigueira, José Lebres, vitivinicultor no Douro e Tiago Caldeira empresário agrícola em Alfândega da Fé.
Para Firmino Cordeiro, Diretor Geral da AJAP, esta é uma composição dos diferentes órgãos sociais, muito equilibrada, não só pela existência em cada órgão de titulares das diferentes regiões do país, como pelas culturas agrícolas e efetivo pecuário distribuído entre eles, bem representativo das principais culturas agrícolas e efetivo existente no país.
Os desafios e as dificuldades são muitas, mas a ambição, a força, e a determinação destes diretores e restantes colegas são seguramente suficientes para as ultrapassar. Jovens Agricultores, Agricultores, Jovens Empresários Rurais, CEJA – Conselho Europeu de Jovens Agricultores, e Cooperação com as Organizações Parceiras dos Países da CPLP, Formação Profissional e Capacitação, são a razão do empenho de toda a AJAP, na valorização do setor, e no efetivo reconhecimentos de todas e todos os seus atores em Portugal, na Europa, e nos países que falam a nossa língua.
Sustentabilidade na Agricultura, Digitalização do Setor, Economia Circular, Tecnologia de Ponta, Agricultura Biológica, Agricultura de Precisão, Alterações Climáticas, Inovação, Denominações de Origem, Comercio Tradicional e Local, E-Comerce, Sequeiro, Inteligência Artificial, Regadio, Exportações, auto-suficiência alimentar, são as terminologias que nos temos de confrontar nos próximos tempos, ou seja encontrar os equilíbrios entre modelos e práticas produtivas, o combate à desertificação, o equilíbrio dos ecossistemas e o combate às alterações climáticas.
Para a AJAP deve imperar o bom senso nas medidas de política a implementar, deve imperar a proteção a sistemas agrícolas mais débeis como se devem apoiar aos sistemas agrícolas mais intensivos e produtivistas sem com isso prejudicar os recursos naturais e a sustentabilidade.
Empresário agrícola da região de Beja, Manuel Castro e Brito, sabe bem os contornos da agricultura de sequeiro que praticava com o seu pai, antes do Alqueva, e da agricultura de regadio em extensas áreas de olival e amendoal que pratica agora com a albufeira em pleno fornecimento de água aos beneficiários. No seu curto discurso de despedida na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia, pois será sempre um homem da AJAP no futuro, abordou a importância da água na agricultura e defendeu que Portugal deve assumir um forte investimento público na captação da água das chuvas que acabam por correr para o mar, um pouco por todas as regiões do país dadas as características do nosso clima e as alterações em curso. Apelou à força reivindicativa da AJAP e dos seus associados, nesta e noutras lutas, nomeadamente pela junção de produções, como forma de alcançarmos melhor posição negocial junto da grande superfície e outros intermediários. Frisou ainda que o setor agrícola tem sido dos setores da economia que mais se tem destacado pela inovação e pelo aumento das exportações.
E deixou uma nota de esperança de futuro num setor que deve apoiar ainda mais a entrada de jovens agricultores.
Recortamos alguns parágrafos da intervenção do Presidente da AJAP Pedro Rei, proferidas no seu discurso de tomada de posse.
“Em nome da AJAP quero agradecer muito o facto de aceitarem fazer parte dos órgãos sociais desta prestigiada organização do sector agrícola, pecuário, florestal, agroalimentar, agroindustrial, dos territórios rurais de Portugal e com alguns projetos na Europa e junto dos países da CPLP”.
“É verdade que centramos a nossa preocupação nas medidas de política destinadas aos Jovens Agricultores, contudo permitam-me que evidencie uma importante iniciativa que tem mobilizado a AJAP nos últimos anos, o JER – Jovem Empresário Rural. Desde janeiro de 2019, esta figura foi publicada em DR e assumida pelo então Governo liderado pelo mesmo Primeiro Ministro do atual. Esta figura fruto de muitas das nossas preocupações associadas ao abandono e desertificação a que muitas regiões do nosso território estão cada vez mais expostas, aguarda que os Ministérios da Agricultura, da Coesão Territorial e da Economia, percebam que investir nos territórios rurais em Portugal de forma duradoira, também passa por instalar de forma consertada e apoiada Jovens Empresários Rurais. Podemos e devemos exigir mais empenho e concertação destes ministérios, sob pena de ser mais um projeto de gaveta”.
“Como organização temos as nossas limitações, mas estamos em todas as frentes porque fomos ganhando créditos, reconhecimento e notoriedade junto das demais organizações, junto do Governo, e dos partidos da oposição, junto do mundo académico, junto dos mais jovens, por exemplo das escolas profissionais de agricultora e junto da sociedade no seu todo. Quero neste ato homenagear todos esses guerreiros do passado que descreveram estes 38 anos da nossa existência, e em nome de todos relembro os ex-presidentes que percorreram esta trajetória de sucessos. Cada um ao seu estilo, têm em comum a resiliência, insistência, tenacidade e quase sempre sem vacilar edificaram esta estrutura organizativa que a cada ano que passa cresce e afirma-se cá dentro e noutras geografias. Costa e Oliveira, Moreira da Silva, Constantino Silva, Firmino Cordeiro, Ricardo Brito Pães e Eduardo Almendra”.