Os insetos estão a chegar ao nosso prato

Comer escorpião frito ou ferrar o dente numa tarântula é coisa para gente de espírito forte… e estômago a condizer. Mas os insetos e outros bichos pequenos com muitas patas estão a chegar ao nosso prato. Para já, não em petiscos tão radicais, é certo. Num país onde muita gente se baba por caracóis, falta vencer o preconceito e abrir espaço para esta fonte de proteína nutritiva e sustentável

Desde junho que em Portugal já se podem produzir e comercializar insetos para alimentação humana. São sete as variedades autorizadas, ainda em período transitório, pela Direção-Geral da Alimentação e Veterinária: duas espécies de larvas, duas de gafanhotos, duas de grilos e um besouro. Parece algo saído de um filme gore para quem for mais esquisito com a comida, mas a verdade é que esta decisão segue uma tendência mundial e vai ao encontro de recomendações das Nações Unidas para encontrar fontes alternativas de proteína num mundo cada vez mais carente de comida e com sérios problemas ambientais causados pela agropecuária.

A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, lançou o alerta em 2013: o aumento da população mundial (em 2050 seremos 9000 milhões) está a exaurir a capacidade humana para produzir alimentos, nomeadamente proteína animal. Acresce a isto que a agropecuária tem forte impacto no ambiente, consumindo muita água e gerando gases com efeito de estufa, que provocam o aquecimento global do planeta. No seu relatório desse ano, a FAO apontava como exemplo os mais de 2000 milhões de pessoas que já incluem insetos na sua dieta, considerando estes animais uma alternativa muito interessante para alimentar um mundo cada vez mais povoado. […]

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