As vacinas são a grande promessa de combate à Peste Suína Africana (PSA). Cientistas do International Livestock Research Institute (ILRI) estão a desenvolver testes para confirmar a capacidade da ferramenta de edição de genomas CRISPR Cas9 e da biologia sintética para modificar o genoma do vírus e reduzir assim o índice de mortes por PSA.
Com as primeiras pesquisas a começar em 2016, de acordo com a investigadora principal do projeto de vacinas contra a PSA do ILRI, Lucilla Steinaa, já existem sete a dez vacinas candidatas, em diferentes fases, estimando que os testes controlados em laboratório realizados em animais estejam concluídos até ao final de 2022. “Até lá, esperamos ter encontrado uma vacina candidata que possa ser produzida”, afirma. Para já, Steinaa confirma que “este é o primeiro teste baseado num genoma a ser conduzido no genótipo IX, prevalente na África Oriental e Central”.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a agricultura (FAO), a caracterização genética de todos os vírus isolados da peste suína africana conhecidos até agora já demonstrou 23 genótipos geograficamente relacionados com vários subgrupos.
Com uma taxa de mortalidade de 100 por cento e uma natureza altamente contagiosa, a peste suína africana representa uma forte ameaça para a indústria global de suinicultura. Com o aumento da criação de porcos em África, estima-se que esta doença possa aumentar a sua incidência no continente, ainda que continue a haver alguma resistência, sobretudo por parte dos pequenos produtores, particularmente vulneráveis à devastação causada pela PSA, que se furtam à criação destes animais para evitar prejuízos.
Também a China está de olhos postos na vacina. Com cerca de 400 milhões de porcos, este país reúne a maior concentração da população total do mundo de 770 milhões de porcos.
A PSA está presente em 26 países africanos, bem como em certos territórios da Ásia e da Europa, sendo a vacina uma esperança para reduzir significativamente o número de mortes de suínos em todo o mundo.