O Governo angolano e a FAO vão lançar, na terça-feira, na província do Huambo, dois projetos de gestão sustentável de terras e agroecologia no valor de sete milhões de dólares (5,7 milhões de euros).
O lançamento dos projetos, com duração de quatro anos, financiados pelo Fundo Global do Ambiente, está a cargo do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O primeiro projeto, denominado “Gestão Sustentável de Terras na Região Central de Angola (ZAEC), será implementado em parceria com diversas instituições nacionais, entre as quais o Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC), usando a abordagem de zonamento agroecológico.
O projeto irá beneficiar diretamente 1.500 pessoas e, de forma indireta, mais 1,5 milhões.
A rede de Escolas de Campo de Agricultores existentes no Huambo será o meio para disseminar o planeamento do uso do solo e práticas de gestão sustentável de terras, com base num sistema de informação agroecológica, monitorização ambiental de precisão e qualidade técnica, aproveitando desse modo o potencial das escolas, enquanto metodologia e meio privilegiados para envolver ativamente agricultores no esforço contra a degradação dos solos angolanos.
Apesar de lançado na província do Huambo, o projeto vai beneficiar igualmente comunas da província de Benguela, através de ações de regeneração de 14 mil hectares de cobertura vegetal (cobertura natural e cultivada), elaboração de dez planos de gestão sustentável de terras com o envolvimento de 450 beneficiários, sendo 40% mulheres, em aproximadamente 14 comunidades.
Entre os objetivos do projeto enquadra-se a capacitação de 100 funcionários públicos para a mobilização de recursos para o financiamento de gestão sustentável de terras, a capacitação de 100 profissionais através de um programa de formação na utilização de produtos de zonamento agroecológico e em práticas de gestão sustentável de terras, dos quais pelo menos 20% serão mulheres.
O segundo projeto, denominado “Integração das Alterações Climáticas na Gestão Ambiental e Uso Sustentável da Terra (ICE-SLM)”, contará com o apoio da FAO na implementação da componente de “Promoção de Práticas Sustentáveis de Gestão de Terras nos Quatro Centros Agroecológicos”, localizados nas províncias de Cabinda, Huambo, Namibe e Cuando Cubango.
Este projeto conta igualmente com o apoio financeiro do Fundo Global do Ambiente, no valor de 4,4 milhões de dólares (3,6 milhões de euros), tendo como objetivo introduzir técnicas de adaptação às alterações climáticas, boas práticas de gestão de terra sustentável (incluindo sistemas agroflorestais e gestão de queimadas) e criar as condições necessárias para melhorar a resiliência dos meios de subsistência da população rural.
Os Centros Agroecológicos serão a plataforma para disseminação em larga escala de tecnologias e boas práticas de gestão de terra sustentável.
Neste segundo projeto, prevê-se que sejam beneficiados 22.500 agricultores, dos quais pelo menos 30% mulheres, através de 80 escolas de campo, na ordem de 20 por cada província, que irão implementar medidas de gestão sustentável de terras em 15.000 hectares.