A edição genética tem sido aclamada como uma tecnologia que pode fazer uma diferença real e positiva na agricultura. Regulá-la como um OGM prejudicará o seu potencial no mundo inteiro, é o que consideram cientistas e agricultores do Reino Unido na resposta à consulta pública lançada após o Brexit.
Como consequência da regulamentação da edição de genomas como uma forma de modificação genética, a tecnologia não pode ser usada para desenvolver novas plantas e criar animais para fins comerciais na União Europeia. E o custo da desregulamentação seria proibitivamente alto.
Por isso, logo após a sua saída da UE, o Reino Unido lançou uma consulta pública sobre as tecnologias de edição do genoma, levantando uma questão fundamental: “A edição de genes deve continuar a ser regulamentada como um OGM?”
Os princípios associados à tecnologia atraíram a atenção de investigadores e grupos de partes interessadas em agricultura tanto no Reino Unido como na Irlanda do norte.
Para Johnathan Dalzell, Chefe do Grassland and Plant Science Depertament do Agri-Food and Biosciences Institute (AFBI), na Irlanda do Norte, “a edição de genes pode fazer uma diferença real e positiva no desenvolvimento de soluções ‘à medida’ para o melhoramento animal e vegetal.”
Opinião positiva manifestou também Angela Karp, diretora da Rothamsted Research, no Reino Unido, para quem “não há justificação científica para considerar a introdução de mutações direcionadas por edição genética mais arriscada do que as mutações que ocorrem naturalmente ou que são induzidas por mutagénese química ou por radiação”.
Já o Ulster Farmers Union, na Irlanda do Norte, que inicialmente não apresentou nenhuma resposta à consulta pública, está agora a rever esta posição no contexto das regras do Protocolo da Irlanda do Norte (relativo ao Acordo de retirada Brexit) e da futura relação deste país com a UE.
Na modificação genética usada nos OGM (organismos geneticamente modificados), o DNA de uma espécie é introduzido noutra; o mesmo não sucede com a edição genética. As tecnologias que permitem editar o genoma dos organismos apenas produzem alterações que poderiam ser feitas lentamente usando métodos tradicionais de reprodução.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.