fogo

ONU cita projeto florestal em Portugal como exemplo de conservação

Soluções naturais e restauro podem fornecer até um terço da mitigação necessária para manter o aquecimento global abaixo de 2° C; ações também ajudam a reduzir riscos de fogo nas matas.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, defende a conservação e restauração de florestas em grande escala como forma de combate a grandes incêndios florestais.

Os grandes desastres que atingiram os Estados Unidos em 2020 mostraram o perigo do aquecimento global, mas também destacaram como a restauração de florestas pode reduzir esta ameaça.

Portugal

Segundo o Pnuma, o replantio ativo deve ser um foco na restauração da paisagem florestal em áreas sujeitas a incêndios.

Na região do Algarve, em Portugal, por exemplo, um projeto visa recriar cinturões de sobreiros nativos e resistentes ao fogo entre plantações comerciais mais inflamáveis de eucalipto e pinheiro.

Para a agência da ONU, “Portugal é também um exemplo de como reduzir o risco de incêndio pode significar restaurar o tecido económico e social de regiões inteiras.”

A agência destaca o novo plano nacional de gestão de incêndios do país, que agrupa a restauração natural e social como um dos seus cinco pilares.

O especialista em incêndios florestais da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, Peter Moore, diz que “mais pessoas precisam ter interesse na restauração e gerenciamento dessas paisagens, e é necessário obter mais apoio de governos e empresas.”

Mudança climática

Os novos padrões de chuva estão prolongando as temporadas de incêndios do Mediterrâneo à Austrália. O calor recorde e a seca baixam a umidade das árvores e da vegetação rasteira. E algumas regiões estão vendo tempestades mais violentas, com relâmpagos podem fornecer uma faísca fatal.

O Pnuma afirma que a restauração florestal e outras soluções naturais podem fornecer até um terço da mitigação necessária para manter o aquecimento global abaixo de 2 ° C.

Em nota, o chefe da Unidade Natureza para o Clima do Pnuma, Tim Christophersen, ressalta que “qualquer coisa que combata as mudanças climáticas, incluindo restaurar e expandir o armazenamento de carbono nas florestas, ajuda a reduzir o risco de incêndios florestais extremos.”

Fogo

Em muitos ecossistemas de florestas temperadas, restaurar os padrões naturais de fogo é vital.

Paisagens que queimam ciclicamente contêm menos material inflamável. Quando o fogo ocorre, ele poupa árvores maiores, revigora o ecossistema e tem menos probabilidade de ameaçar as pessoas.

Deixar os incêndios florestais seguirem seu curso pode ser a maneira mais eficaz de restaurar alguns tipos de floresta, especialmente em áreas remotas.

Perto de cidades e vilarejos, as queimadas podem ser gerenciadas de forma segura, quando as condições climáticas e a umidade do solo tornam as chamas mais fáceis de conter.

As florestas também podem ser desbastadas manualmente ou com maquinário.

Alternativas

Os moradores podem semear plantas resistentes ao fogo ao redor de suas casas e evitar espécies mais inflamáveis ​​ou exóticas que tendem a ser invasoras.

Em muitas situações, os ecossistemas florestais se recuperam rapidamente por conta própria, mas em outros as intervenções ajudam nesse processo.

Depois de um incêndio, as encostas ficam vulneráveis ​​à erosão, que impede a recuperação da floresta.

A semeadura leva à redução do risco de perda de solo e deslizamentos de terra e a proteger o abastecimento de água.

Onde o fogo danificou o habitat de animais selvagens, o replantio de árvores e plantas específicas ajudam essas espécies a sobreviver.

O artigo foi publicado originalmente em ONU.


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