Metade da área de Portugal Continental com excesso de azoto animal por causa dos efluentes.
Mais de 30% das massas de água superficiais e subterrâneas de Portugal continental apresentavam, em 2019, níveis de qualidade inferiores a bom, devido à pressão das explorações pecuárias. Os efeitos dos mais de 23 milhões de metros cúbicos de efluentes gerados anualmente por quase 1,7 milhões de cabeças de gado bovino, suíno, caprino e ovino são tais que em 119 concelhos – especialmente na zona de Esposende-Vila do Conde e em Leiria, Alcobaça e Rio Maior – há excesso de azoto de origem animal, um problema que atinge metade da área total do continente.
Os dados são da Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais (ENEAPAI), que esteve em discussão pública até janeiro e está agora a ser apresentada aos parceiros, salientando que o estado das massas de água – albufeiras, ribeiros, rios e canais, ou troços -, zonas de transição e águas costeiras (superficiais) e aquíferos (subterrâneas) “está muito aquém dos objetivos ambientais”.