O Governo moçambicano prevê que a produção de arroz cresça 15%, como resultado do “Sustenta”, um programa que visa dotar os pequenos agricultores de capacidade, sementes, financiamento e estratégias de produção.
“Podemos, com grau de certeza e tendo em conta os levantamentos que estão a ser feitos a nível nacional através do Inquérito Agrário, anunciar que a cultura do arroz na campanha 2020/2021 vai assinalar um crescimento de 15 por cento a nível nacional”, declarou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, falando à comunicação social durante uma visita de trabalho na quinta-feira à província de Gaza, sul do país.
Segundo a fonte, o crescimento assinalável será resultado das estratégias produção adotadas pelo executivo moçambicano no âmbito do programa Sustenta, lançado em 2017 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e que, além de fundos do Governo, conta com o apoio de parceiros como o Banco Mundial.
“A produtividade média [do arroz] está em cerca de 6 toneladas por hectare, contra a média nacional de 1 tonelada. Na Província de Gaza ainda houve um aumento da área de cultivo em cerca de 5 mil hectares, fatores que sustentaram o crescimento quase que duplicado da produção”, acrescentou o governante.
Apesar dos progressos na produção da cultura, o país continua a importar parte considerável de arroz, com um custo de cerca de 200 milhões de dólares (164 milhões de euros) por ano, segundo Celso Correia.
O executivo espera que os resultados desta campanha agrária “abram as portas para que o país caminhe para uma produção autossustentável”.
“Nesta província, com estes resultados que estamos a registar de produtividade e garantia de mercado, foram gerados e assegurados 7.500 postos de trabalho”, acrescentou.
Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência.
O Governo moçambicano, que definiu a agricultura como uma prioridade na economia, tem apontado a industrialização do setor e aposta na comercialização como um dos seus principais desafios.
Segundo dados oficiais, só de investimento público para a atual campanha agrícola, o Governo vai disponibilizar um total de 12 mil milhões de meticais (164 milhões de euros).