Milhares de pessoas despediram-se hoje, na cidade de Changsha, centro da China, do cientista chinês Yuan Longping, conhecido pelo desenvolvimento das primeiras variedades de arroz híbrido, e que morreu no último sábado, aos 90 anos.
“Viemos de longe para nos despedir. Vim com o meu filho para que ele saiba da sua importância”, disse uma mulher, que compareceu às cerimónias fúnebres, citada pela emissora estatal CCTV.
“Na China e em muitas outras partes do mundo, as pessoas puderam encher a sua tigela de arroz graças a ele”, apontou outro cidadão ao jornal oficial China Daily.
O desenvolvimento de híbridos de arroz de alto rendimento, na década de 1970, resultou num aumento acentuado nas colheitas na Ásia e em África e fez do cientista um herói na China, onde se calcula que o seu trabalho permitiu alimentar mais 70 milhões de pessoas.
Yuan morreu devido à falência de múltiplos órgãos, segundo a imprensa estatal chinesa.
Yuan recebeu a Medalha da República de 2019, a maior homenagem na China, pela sua contribuição para a segurança alimentar do país asiático, o desenvolvimento científico da agricultura e o aumento da produção global de alimentos.
As variedades de arroz híbrido normalmente produzem entre 20% e 30% mais arroz por acre do que as variedades não híbridas, quando cultivadas com as mesmas técnicas de transplante, fertilizante e água.
O aumento acentuado da produção tornou a fome uma memória distante na maioria dos países produtores de arroz.
A China soma quase um quinto da população mundial, mas as terras aráveis do país não ultrapassam 13,5% da sua área total.