Thunder Foods

Thunder Foods prepara-se para lançar produtos no mercado já este ano

Nova empresa vai operar no setor da transformação de insetos para alimentação humana

Empresa portuguesa procura soluções de alimentação humana mais sustentáveis. Thunder Foods está em fase de captação de investimento para implementação de uma unidade industrial de produção e processamento de insetos em larga escala, no valor de €5 milhões.

Thunder Foods é o nome da nova empresa portuguesa que opera no ramo da investigação de novas soluções nutricionais mais sustentáveis, para a alimentação humana e que prevê lançar os primeiros produtos no mercado já em 2021.

Criada pelo atual Presidente da Portugal Insect – Associação Portuguesa de Produtores e Transformadores de Insetos, Rui Nunes, a Thunder Foods traz um novo conceito para o mercado – nutrição sustentável e de elevada qualidade – focado no uso de fontes nutricionais que demonstrem capacidade de contribuir para a alimentação do futuro com menos impacto ambiental.

De acordo com Rui Nunes, “a abordagem inicial da Thunder Foods vai pautar-se pelo uso de insetos, nomeadamente o Tenebrio molitor, dada as suas vantagens nutricionais e de sustentabilidade ambiental, mas queremos procurar outras soluções para a alimentação humana que sejam mais sustentáveis, contribuindo para uma nutrição com futuro.”

Para tal, a Thunder Foods pretende trazer uma abordagem disruptiva para o sector da nutrição, através da criação de produtos inovadores que estejam alinhados com os seus pilares de inovação: nutrição, sustentabilidade e sabor. Os primeiros produtos alimentares deverão ser lançados no mercado ainda este ano.

Estes produtos, são o resultado de vários anos de investigação e desenvolvimento “100% nacional”, em parceria com várias entidades do sistema científico e tecnológico, a par de outras entidades empresariais. Produzir com qualidade tendo por fundamento sólidas bases científicas e tecnológicas, focadas na sustentabilidade – da embalagem minimalista à dentada saudável –, é a aposta da Thunder Foods, em cujos valores fundamentais cabem igualmente a transparência e a responsabilidade.

Além desta vertente de sustentabilidade ambiental “esta nova fonte proteica deverá contribuir, no curto prazo, para a economia nacional, gerando produtos diferenciadores para o mercado local e nacional, reduzindo assim a dependência de importação de outros países.” Acrescenta Rui Nunes.

Atualmente, a Thunder Foods está a iniciar a procura de investidores para a implementação da sua primeira unidade industrial de produção e processamento de insetos em larga escala, que representa um investimento de cerca de 5 milhões de euros. A nova unidade será dedicada à produção de farinha de Tenebrio molitor, produzida a partir de larvas de escaravelho, também conhecida como “farinha amarela”, cujo consumo para alimentação humana foi recentemente autorizado pela União Europeia.

Para a captação do investimento, a Thunder Foods tem um plano de I&D que assegura, não só o conhecimento de base, como a melhoria da tecnologia que irá ser aplicada nesta nova unidade que deverá situar-se no interior do país, contribuindo ainda para a criação de empregos e fixado conhecimento e tecnologia.

Produção de insetos para a alimentação: possível solução para ‘alimentar’ o nosso planeta

O valor nutricional dos insetos há muito que é apreciado nas culturas orientais, onde mais de dois mil milhões de pessoas os consomem regularmente, mas só recentemente, face aos desafios colocados pelo aumento da população mundial e pela consequente sobre-exploração dos recursos, estes se tornaram uma possibilidade bem real no futuro das ementas ocidentais.

Em 2013 a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicou um relatório sobre o tema, defendendo a produção e o consumo de insetos enquanto fontes de proteína mais sustentáveis do que a carne ou o peixe. Nele se argumentava que, além de igualmente nutritivos, os insetos mostravam ser mais eficientes (em média, dois quilos de alimento chegam para produzir um quilo de insetos enquanto que, por exemplo, no gado bovino são necessários oito quilos), libertavam menos gases com efeito de estufa, necessitavam de menos água, de menor área de produção, e podiam ser alimentados com subprodutos, assim contribuindo para diminuir o desperdício e para fomentar a economia circular.

Face às inequívocas vantagens e ciente da importância que os insetos poderão vir a ter, quer no futuro da alimentação mundial, quer numa agricultura idealmente mais verde, mais circular e mais eficiente, a União Europeia incluiu, no final de 2019, o financiamento de pesquisas dedicadas ao uso de insetos para alimentação no Pacto Ecológico Europeu. Estima-se que, no final de 2021, o mercado dos insetos para alimentação represente cerca de 2500 milhões de euros de investimento na Europa.


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