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Brasil celebra declaração de mais quatro estados livres da febre aftosa sem vacina

O Brasil comemorou a decisão de quinta-feira da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) que elevou de um para cinco o número de estados do país reconhecidos como livres de febre aftosa sem vacinação.

As autoridades do país sul-americano, maior produtor e exportador mundial de carne bovina, celebraram a decisão pelo efeito que poderá ter nas vendas.

Em decisão anunciada na quinta-feira, em Paris, o organismo internacional declarou os estados brasileiros do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia como áreas livres de febre aftosa sem vacinação, o que lhes permite oferecer as suas carnes bovinas e suínas sem necessidade de vacinar os animais.

Esses quatro estados, além de cinco municípios no estado de Mato Grosso e 14 do Amazonas, somam-se agora a Santa Catarina, a única unidade federativa do Brasil até então certificada como livre de febre aftosa sem necessidade de vacinação.

Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura, as novas regiões que obtiveram a certificação contam com cerca de 40 milhões de cabeças de gado, cerca de 20% do total brasileiro (200 milhões de cabeças de gado).

O reconhecimento não só reduzirá os custos dos produtores, já que não terão de investir em vacinas – numa poupança anual de 90 milhões de reais (14,1 milhões de euros)-, mas também lhes permitirá superar as barreiras sanitárias enfrentadas pelas suas carnes em alguns países, elevar o tipo de produtos autorizados a exportar e colocar as carnes com melhores preços nos mercados.

“É uma conquista importante para a agropecuária brasileira”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina Dias, numa conferência virtual, na qual participaram os governadores dos estados beneficiados.

Segundo a governante, o reconhecimento da OIE “abre várias possibilidades para que o Governo trabalhe na conquista de novos mercados para a carne bovina e suína, assim como na expansão dos tipos de produtos exportados para países aos quais já temos acesso”.

A ministra destacou ainda que metade da produção de carne suína do Brasil provém de áreas declaradas livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação, o que também terá impacto na comercialização de carne de porco, da qual o país também é um importante fornecedor mundial.

O Brasil estabeleceu 2026 como meta para que todo o país seja declarado livre da febre aftosa sem vacinação.

A última vez que o país latino-americano registou um surto de febre aftosa foi em 2006, quando várias nações restringiram as suas compras de carne brasileira, mas a situação foi superada rapidamente, o que permitiu que todo o país fosse declarado, em 2018, livre de febre aftosa com vacinação.

Apesar da crise provocada pela pandemia de covid-19, o Brasil exportou no ano passado um recorde de 2.016 milhões de toneladas de carne bovina, com um crescimento de 8% em relação a 2019, o que confirmou o país como o maior fornecedor mundial de carne bovina.

A receita do país com as vendas de carne bovina aumentou 11%, de 7,6 mil milhões de dólares (6,24 mil milhões de euros) em 2019 para 8,4 mil milhões de dólares (6,89 mil milhões de euros) em 2020.

Quanto à carne suína, as exportações do ano passado também bateram recordes, com 1,02 milhões de toneladas embarcadas, um volume 36,1% superior a 2019, num valor de 2,27 mil milhões de dólares (1,86 mil milhões de euros), o que equivale a um crescimento de 42,2%.


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