O Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, António Ventura, revelou hoje, na Ribeira Grande, que a partir de 14 de junho e até 30 de julho vai ser aberto um período de candidaturas para as ilhas da Terceira, São Miguel e Graciosa “para a reconversão de eventuais produtores de leite em produtores de carne”.
A medida, segundo disse, visa “aliviar a pressão sobre a quantidade de leite produzidas nessas ilhas, mas também, permitir que alguns produtores possam sair da atividade condignamente”.
O governante, que falava à saída de uma reunião com a direção da Associação Agrícola de São Miguel, mostrou por outro lado, a preocupação por não ter sido possível chegar-se, a nível europeu, a um acordo da Política Agrícola Comum (PAC).
Para o titular da pasta da Agricultura, o não acordo da PAC “abre a possibilidade de poder haver mais um ano de transição”, o que, em seu entender “levanta várias dúvidas”, desde logo o apoio dos fundos comunitários.
Desta forma, António Ventura vê com preocupação e apreensão esta situação e espera que isto não seja “uma renacionalização encapotada da PAC, ou seja uma tendência de dar liberdade aos Estados-Membros para apoiarem os seus agricultores sem haver uma bitola europeia”.
Tal cenário, advoga, só “vai agravar o fosso entre os pobres e os ricos”, pois tal irá prejudicar países, como Portugal e essencialmente, as Regiões Ultraperiféricas, como são os Açores.
O governante espera, assim, que em junho, a nova data anunciada, seja finalmente atingido um acordo.
“Não se pode produzir sem segurança, segurança política, de planeamento e orientação, pois a imagem transmitida neste momento é de uma imagem de insegurança e incerteza relativamente ao futuro”, sublinhou.
Outra das problemáticas analisadas no encontro de hoje foi o preço do leite pago à produção.
O Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural fez saber que esta é uma política de âmbito nacional, e como tal foi enviado à Ministra da Agricultura uma missiva, para que reúna todos os parceiros do setor, visando a sua discussão.
Não sua opinião, a carta enviada há mais de um mês, mas ainda sem resposta, é uma forma de alertar a Ministra para a situação Açoriana, “uma vez que esquecer a produção de leite, é esquecer os Açores”.
Nota enviada pelo Governo Regional dos Açores.