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Estudo: Pragas invasoras em África podem causar danos em biliões de euros

Os encargos financeiros causados por pragas e plantas invasoras em África podem ascender a mais de 3,5 biliões de dólares por ano (cerca de mais de 2,8 biliões de euros), revelou um estudo publicado no CABI Agriculture and Bioscience. A descoberta junta-se à lista de desafios de segurança alimentar existentes no continente africano, como as alterações climáticas, o conflito armado e as pragas de gafanhotos, informa o New York Times.

“O alto custo foi surpreendente para nós”, disse ao NYT o cientista do Center for Agriculture and Bioscience International, um grupo de investigação sem fins lucrativos, e principal autor do projeto, René Eschen. “O nosso estudo demonstra a necessidade urgente de medidas para mitigar os impactos atuais de espécies exóticas invasoras e prevenir a propagação de novas espécies exóticas em toda a África”, acrescentou.

O estudo baseou-se em dados de 2019 e é o primeiro, segundo os autores, a estimar os encargos económicos das espécies exóticas invasoras em África. No total, o estudo estima que os países perdem 3,66 biliões de dólares anualmente (cerca de 2,99 biliões de euros). A maioria dos custos estão relacionados com o trabalho, como remover ervas daninhas.

Estimativas de perda por países

  • Nigéria – Cerca de 1 bilião de dólares por ano (cerca de 817 mil milhões de euros)
  • República Democrática do Congo – 317 mil milhões de dólares por ano (cerca de 259 mil milhões de euros)
  • Níger– 248 mil milhões de dólares por ano (cerca de 202 mil milhões de euros)
  • África do Sul – 229 mil milhões de dólares por ano (cerca de 187 mil milhões de euros)

Face à escassez de dados quanto a espécies invasoras em África, os investigadores deram uso de estimativas em alguns casos.  Devido a isso, alguns especialistas questionam as conclusões do estudo.

“Uma grande desvantagem deste estudo é a recolha de dados sobre o custo monetário das espécies invasores para a África continental e informação sobre elas a partir de literatura e inquéritos online“, disse o professor de economia e agronegócio na Lagos Business School, Ikechukwu Kelikume, ao jornal norte-americano. “A implicação é que os dados recolhidos da literatura podem não ser um verdadeiro reflexo da dimensão e intensidade”, explicou.

Para o autor do estudo, René Eschen, é necessário que os governos sejam mais proativos e que “invistam na descoberta de maneiras mais eficientes de lidar com as espécies invasoras”.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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