Peritos defendem uso tradicional do fogo

Estudo técnico propõe enquadramento legal, formação e apoio para as queimadas dos agricultores e pastores.

As queimadas tradicionais dos agricultores, produtores de gado e pastores devem ser enquadradas legalmente, para que possa ser mais apoiada a utilização de fogo controlado, defendem peritos do Observatório Técnico Independente (OTI), na análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais, no estudo “O uso do fogo em Portugal – tradição e técnica”.

Os técnicos do OTI defendem a necessidade de regras, autorizações, formação prévia certificada, equipamento e monitorização – a realizar, preferencialmente, pelos gabinetes técnicos florestais municipais – para as ações de queima de sobrantes ou queimadas extensivas. E consideram que só deve ser considerado uso tradicional do fogo, como ferramenta de trabalho, quando for realizado nas épocas do ano e em períodos meteorológicos apropriados, de baixo risco de propagação de incêndios.

Aproveitando essas condições meteorológicas favoráveis para o uso do fogo controlado, o ICNF iniciou o ano de 2021 com a realização de diversas ações de caráter plurianual, que tiveram como objetivo reduzir a carga de combustível existente e criar descontinuidades na vegetação, para além de fazer a gestão de habitats e melhoramento de áreas para o pastoreio e a atividade cinegética.

Assim, foram intervencionadas, no Norte, zonas no Perímetro Florestal do Barroso (Montalegre), nas Serras de Vieira e Monte Crasto (Vila Nova de Cerveira), na Serra da Cabreira (Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho), no Parque Natural de Montesinho (Bragança) e em Mondim de Basto. Na região Centro, os técnicos do ICNF utilizaram o fogo controlado para diminuir a carga de combustível em povoamentos de pinheiro-bravo em Oleiros, mas também Gouveia, Castro Daire e nos Parques Naturais das Serras de Aire e Candeeiros e da Serra de São Mamede.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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