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CNA reclama em assembleia-geral apoios para a agricultura familiar

Os delegados da Confederação Nacional da Agricultura, reunidos em assembleia-geral, reclamaram apoios para a agricultura familiar, mostrando-se ainda preocupados com a evolução das negociações sobre a Política Agrícola Comum (PAC).

“Passado um ano desde o surgimento da pandemia e depois de sucessivos estados de emergência e de dois confinamentos, adensam-se os problemas dos pequenos e médios agricultores”, apontou hoje, em comunicado, a CNA.

Segundo o balanço feito pela confederação na última assembleia-geral, os produtores pecuários registam, pela segunda vez, durante a Páscoa, “grandes constrangimentos” ao nível do escoamento da produção, perante o encerramento da restauração e as limitações de circulação.

A isto somam-se baixos preços à produção, o aumento do custo das rações e apoios insuficientes para o setor do leite, que não chegam “às pequenas queijarias”, situação que querem ver resolvida.

Por outro lado, conforme notou a CNA, os agricultores registam dificuldade em aceder aos circuitos curtos de comercialização, verificando-se ainda “importações desnecessárias” e desequilíbrios “na distribuição do valor pago pelos consumidores, com a grande distribuição a ficar com a maior fatia”.

Neste sentido, a confederação exigiu novamente uma “rigorosa fiscalização e regulamentação” da atividade para travar o encerramento de pequenas e médias explorações.

Os agricultores querem que o prazo de candidaturas ao Pedido Único, agendado para 30 de abril, seja prolongado de modo a permitir a “boa conclusão do processo”.

Adicionalmente, a CNA disse continuar a receber relatos de destruição de estruturas e culturas por javalis e continuar a assistir à proliferação da vespa velutina, afetando a produção de mel.

“[…] Não tem sido eficaz ou suficiente o combate a esta espécie invasora e que, por isso, é necessário repensar e reforçar a estratégia a nível nacional, nomeadamente, através da prevenção do aparecimento de novos ninhos”, considerou.

No documento, os agricultores indicaram também que os preços da madeira na produção “mantêm-se baixos”, criando assim entraves à gestão da floresta e à prevenção dos grandes incêndios.

Ainda neste âmbito, a assembleia-geral da CNA mostrou-se preocupada com a saída de legislação que “converge no sentido da concentração de terra, de privilegiar métodos de produção industriais e da ocupação de baldios e grandes áreas florestais por grandes grupos económicos”.

A CNA lamentou a falta de investimento e concretização de obras para fazer chegar a água às pequenas e médias explorações e reclamou a concretização do processo eleitoral para a Casa do Douro, sem “desculpas ou adiamentos”.

Por último, a CNA mostrou-se também preocupada com a evolução das negociações da reforma da PAC, tendo em conta que o Governo português está “a querer forçar a sua conclusão durante a Presidência Portuguesa da União Europeia, sem considerar propostas essenciais da agricultura familiar”.

“Aproximamo-nos do dia 17 de abril, dia internacional da luta camponesa e de solidariedade internacional entre os camponeses. A CNA, sempre com os agricultores, honrará o compromisso assumido há mais de 43 anos, na defesa e na luta pelos direitos e interesses dos pequenos e médios agricultores da agricultura familiar”, concluiu.

Assembleia geral da CNA reitera urgência de apoiar a agricultura familiar


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