Conheça os principais desenvolvimentos da edição de genomas, uma tecnologia que começou a dar mostras do seu imenso potencial logo após a sua descoberta. Trigo resistente a doenças, arroz resistente a ferrugem, amendoins que não causam alergias, tomate que preserva a sua frescura durante mais tempo, choupos para biocombustível menos poluente são apenas alguns exemplos do que já se faz com o CRISPR, uma das ferramentas mais divulgadas e utilizadas na edição de genes.
2020 foi um ano de importantes desenvolvimentos na edição do genoma. A agência norte americana FDA-Food & Drug Administration aprovou pela primeira vez a alteração do genoma do porco doméstico para consumo humano e usos terapêuticos. Neste caso, a edição do genoma tem como finalidade eliminar o açúcar alfa-gal presente na superfície das células do porco, reduzindo o risco de reações alérgicas graves em pessoas com síndrome alfa-gal (AGS). Para além do consumo, os porcos geneticamente editados podem ser usados para transplante de órgãos.
Também nos Estados Unidos foram aprovados este ano mais de 70 variedades agrícolas geneticamente modificadas (em 2019 aprovou sete) e no Japão registaram-se as primeiras autorizações. Na Colômbia foi aprovada uma variedade de arroz resistente à ferrugem. Na Europa, novos projetos de investigação começaram a ser desenvolvidos. O desenvolvimento do sistema CRISPR-Cas valeu a duas investigadoras o Prémio Nobel da Química.
Para mais informação sobre o que de mais marcante aconteceu em 2020 no vasto universo da biotecnologia, leia o artigo publicado na GLP – Genetic Literacy Project “As the CRISPR revolution advances, here’s how gene editing will actually help farmers and consumers”, escrito pelo biólogo mexicano Luis Ventura (@luisventura), investigador especialista em biotecnologia, biossegurança e comunicação científica e membro da Plataforma Plant Genetic Resources International na Universidade sueca de Ciências Agrárias.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.