A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reiterou hoje que as feiras e os mercados de proximidade devem permanecer abertos durante o confinamento, uma vez que são os “espaços preferenciais” para o escoamento da produção agrícola familiar.
“Com o país a aproximar-se de um novo confinamento, com vista a travar o aumento de novos casos de covid-19, a CNA vem reiterar a importância de permanecerem em funcionamento – e acautelando as condições sanitárias recomendadas pelas autoridades – as feiras e mercados de proximidade, para bem de agricultores e consumidores”, defendeu, em comunicado, a confederação.
Conforme sublinhou a CNA, as feiras e os mercados são os “espaços preferenciais” para o escoamento da produção agrícola familiar, garantindo preços justos e a venda direta, contribuem para a dinamização da economia e disponibilizam alimentos sazonais “de qualidade”, produzidos localmente.
Para os agricultores, o facto de estes espaços serem abertos e amplos, “sem os grandes aglomerados de outras superfícies comerciais fechadas”, dá garantias de segurança.
“Não nos esquecemos que no primeiro confinamento, em março, foram mandados fechar feiras e mercados e que em novembro o Governo voltou a decretar o seu encerramento, recuando apenas face à forte e rápida contestação de produtores e consumidores”, acrescentou.
No documento, a confederação agrícola referiu ainda que os setores do vinho e pecuária também vão sofrer uma “nova machadada” com o encerramento ou diminuição da atividade da restauração, vincando que, além de medidas para salvaguardar a saúde, o executivo deve apoiar os agricultores pela perda de rendimentos.
Por outro lado, a CNA reivindicou a salvaguarda da circulação dos agricultores para as suas explorações e o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) também nos meios rurais.
“Desde logo, para assegurar cuidados de saúde básicos e em proximidade, evitando até a sobrecarga dos serviços de unidades centrais, e para concretizar, rapidamente e em segurança, a vacinação das populações rurais. Eis, pois, uma acrescida e incontornável responsabilidade do Governo e demais órgãos de soberania”, precisou.
Portugal deverá entrar num novo confinamento ainda esta semana, perante o agravar da pandemia de covid-19 no país.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 7.925 pessoas dos 489.293 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.