PortugalFoods quer conquistar novos mercados: Hong Kong, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Canadá

Em entrevista ao Jornal Económico, Deolinda Silva, diretora executiva desta plataforma, destaca os segmentos do azeite, vinhos, conservas, hortícolas e frutícolas, entre outros, como expoentes deste crescimento constante.

As exportações do sector agroalimentar português cresceram cerca de 20% entre 2015 e 2019. Nesse ano, as empresas associadas da PortugalFoods exportaram 830 milhões de euros, um crescimento de 40% no período em causa. Em entrevista ao Jornal Económico, Deolinda Silva, diretora executiva desta plataforma, destaca os segmentos do azeite, vinhos, conservas, hortícolas e frutícolas, entre outros, como expoentes deste crescimento constante. E apesar de afetado pela pandemia, esta responsável acredita que este sector poderá tornar-se exportador líquido a curto prazo.

Quais os atuais projetos em curso por parte da PortugalFoods, nomeadamente em relação ao investimento de seis milhões de euros em curso para consolidar a expansão internacional do sector? Que ações estão previstas no âmbito deste investimento e quais os objetivos pretendidos?

A PortugalFoods gere atualmente vários projetos na área da qualificação/capacitação, investigação e desenvolvimento tecnológico e promoção externa, sendo que este último eixo é que envolve maior investimento e sendo que parte do investimento é financiado por verbas do FEDER através do Compete e é repartido pelas empresas participantes nestas ações.

Um dos principais projetos realizados foi o lançamento do Radar de Mercados Internacionais (https://radar.portugalfoods.org/) que agrega informação, produzida pela PortugalFoods e pelos organismos públicos competentes na área, como o GPP [Gabinete de Planeamento e Prospetiva do Ministério da Economia] e a AICEP, para que as empresas possam mais facilmente perceber para onde devem canalizar as suas atenções no processo de internacionalização. Inclui uma ferramenta interativa que permite priorizar mercados internacionais para exportação dos produtos agroalimentares.

Antes da pandemia, as ações previam participações em feiras e realização de missões empresariais, que na sua maioria foram adiadas ou canceladas obrigando a uma alteração de muitas destas ações para o formato virtual. A equipa da PortugalFoods rapidamente conseguiu programar um conjunto significativo de missões que têm decorrido com vários mercados, vários compradores e um número interessante de empresas que têm aderido a este novo formato. Está também a ser criado um catálogo digital com a oferta do agroalimentar nacional no qual os compradores internacionais terão a oportunidade de pesquisar empresas, produtos e obter a informação necessária que ajude os seus processos de seleção.

Uma aposta que mantemos com grande dinamismo é de sermos uma plataforma de excelência na investigação pré-competitiva. Tendo na nossa rede as universidades e outros centros de I&D [Investigação & Desenvolvimento] de referência, pretende-se ajudar as empresas a orientar a sua investigação e desenvolvimento tecnológico para produtos adequados aos mercados, alinhados com as tendências globais de consumo e com a qualidade e segurança alimentar, já reconhecida no mercado externo.

Destacamos, assim, a criação do Colab4Food – Laboratório Colaborativo para a Indústria Alimentar, liderado por empresas e com as principais entidades do sistema científico e tecnológico nacional envolvidas, que têm à sua disposição recursos humanos altamente qualificados, para darem uma resposta rápida e eficaz aos desafios que a indústria identifique como prioritários.

Quais as áreas/sectores do agroalimentar português de maior predominância atual da PortugalFoods e quais os novos segmentos de produção e mercados externos alvo que se pretende atingir nos próximos anos, com que objetivos?

A PortugalFoods é uma associação transversal ao sector agroalimentar. Os nossos associados representam algumas das principais marcas do sector agroalimentar nacional. Estas empresas têm sabido adaptar-se aos tempos que vivemos, às novas tendências e preferências dos consumidores.

Em termos de mercados a abordar, dividimos a nossa estratégia em mercados ‘consolidados’ que interessa reforçar, como França, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Brasil e Angola; os que têm ‘potencial’, como os EUA, Japão, Coreia do Sul, Médio Oriente e China; e os ‘novos’ que importa conquistar, como Hong Kong, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e o Canadá.

Qual o atual ‘state of the art’ do setor agroalimentar português, com foco nos grupos nacionais do sector que estão a apostar na inovação? Que bons exemplos temos para dar?

O sector agroalimentar reconhece a importância dos processos de inovação e do acompanhamento de tendências mundiais, como uma importante ferramenta para se diferenciar no mercado global. Por outro lado, as empresas têm investido em áreas fundamentais para o crescimento a curto, médio e longo prazo, como são a digitalização e a sustentabilidade. Isto mesmo podemos verificar num estudo que temos em curso, no âmbito do projeto PortugalFoods_Qualifica, que mostra que as empresas do sector reconhecem os efeitos positivos da aposta em áreas como a indústria 4.0, a economia digital e a economia circular em termos de produção, eficiência e volume de negócios e das exportações.

Há empresas que são reconhecidamente muito inovadoras no nosso país, mas na generalidade, as empresas mais dinâmicas e com potencial exportador têm processos de inovação bem estabelecidos, quer seja em termos de produto, processo ou modelos de negócio. Há apostas em inovação em sustentabilidade, com contribuição para aumento das taxas de reciclagem e diminuição na utilização de plástico, contribuindo para as metas europeias; produtos inovadores em sectores tradicionais, com aumento da snackificação e produtos mais saudáveis por exemplo sem glúten, sem

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