Foram quase 300 milhões de euros investidos na agricultura do Nordeste Transmontano durante a vigência do Plano de Desenvolvimento Rural (PDR2020), até 31 de dezembro de 2020. O balanço é feito ao Mensageiro pela Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves.
“O investimento total nos nove concelhos da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes foi de 278 milhões de euros, dos quais já foram pagos 152,7 milhões. A este valor acrescem, ainda, 12 milhões de euros em prémios à instalação de jovens agricultores na região”, explicou Carla Alves.
“Claramente, o primeiro onde temos candidaturas aprovadas é na cultura de frutos de casca rija/frutos secos. Aqui entra amêndoa, castanha, noz, pistachio. Temos mais de 700 candidaturas num total de 1750″, adiantou ao Mensageiro.
Segue-se a olivicultura, a bovinicultura, a ovinicultura e a apicultura.
Por concelho, Mogadouro lidera quer o investimento (20 milhões de euros) quer o número de projetos apresentados. Seguem-se Alfândega da Fé (11 milhões de euros) e Bragança (dez milhões de euros).
Já na CIM Douro é Moncorvo que lidera entre os concelhos do distrito de Bragança. ” No Douro, o setor com principal expressão é a viticultura, seguida dos frutos de casaca rija/secos. Em terceiro lugar, os pomares.
Moncorvo 13 milhões só em investimento em cultura de casca rija. Carrazeda tem maçã em primeiro.
Freixo em primeiro com frutos de casca rija”, explicou.
Pandemia ainda não se nota na agricultura
“Estes valores revelam vitalidade do setor agrícola na região, sobretudo nesta área dos frutos secos”, frisou a diretora regional de agricultura, considerando que “ainda não se nota que a pandemia tenha afetado os investimentos na agricultura”. “No ano passado, tentámos ser rápidos a entregar dinheiro aos agricultores”.
A autoridade de gestão decidiu reanalizar mil candidaturas que não tinham tido dotação financeira mas pontuação positiva para irem todas para contrato.
“Já temos 600 aprovadas.
Demora menos do que estar a abrir avisos, que também abrimos”, frisou Carla Alves.
Para além disso, também abriu um aviso para agricultura biológica.
E, desde segunda-feira, “fechámos a medida 6.2.2, por causa dos incêndios, para o restabelecimento do potencial produtivo das regiões afetadas por incêndios em 2020”, revelou. “Tivemos 20 candidaturas. Até dia 05 temos aberto o de jovens agricultores. Brevemente teremos, para abrir, medidas de investimentos na transformação e comercialização, que será abrangente, e, também, a instalação de jovens agricultores”, disse ainda Carla Alves.
“Não podemos descurar a renovação geracional, assim como a agricultura biológica”, frisou.
“Outra nota tem a ver com o programa Vitis, de estruturação das vinhas. “O norte lidera. Fechámos segunda-feira mais um aviso em que tivemos 1700 candidaturas”, acrescentou.
Para além disso, está “a terminar uma medida de prevenção das doenças do castanheiro, onde se aprovaram várias candidaturas de municípios e associações (de prevenção contra o cancro, a tinta e a vespa da galha do castanheiro), com um valor de 3,5 milhões de apoio para o Norte”. “Será uma excelente notícia para a região”, frisou.
O artigo foi publicado originalmente em Mensageiro de Bragança.