Futuro prevê plantas mais resistentes

Investigadores descobriram mecanismo que permite às plantas acelerar ou atrasar o crescimento, de acordo com os recursos disponíveis.

A capacidade das plantas para condicionar o seu desenvolvimento de acordo com os recursos disponíveis, já era conhecida, mas não se sabia como é que estas faziam essa gestão. Um grupo de dez investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) de Oeiras, Instituto Politécnico de Leiria, e das universidades de Montpellier, Valência e Paris-Saclay conseguiu explicar o mecanismo que as plantas usam para detetarem os sinais do solo e se adaptarem, tornando-se assim mais resistentes.

Na sua análise, publicada na revista “Nature Plant”, os cientistas perceberam como as plantas gerem a água, os sais minerais, os nutrientes do solo e a luz, e decidem ativar os mecanismos de defesa, não crescendo ou crescendo pouco.

O conhecimento deste processo é essencial num contexto de alterações climáticas. Numa situação de seca, por exemplo, será útil conhecer como se produzem as raízes laterais, que aumentam a capacidade da planta de absorver nutrientes (como o fósforo e o azoto), contribuindo para reduzir a quantidade de fertilizantes que se utilizam na agricultura.

Outra aplicação desta investigação – que associa os mecanismos de gestão de energia das plantas à ação de uma proteína – pode passar pelo desenvolvimento de plantas com um sistema de gestão mais virado para os mecanismos de defesa do que para o desenvolvimento. A planta cresceria mais devagar, mas seria mais resistente a fatores de stress, como as temperaturas elevadas, as pragas e as cheias, por exemplo.

Pode ler o estudo aqui: https://www.nature.com/articles/s41477-020-00778-w.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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